terça-feira, 31 de março de 2009


Palavras sem fronteiras no Museu da Língua portuguesa




Exposição baseada na obra do embaixador Sergio Corrêa da Costa entra em cartaz no dia 06 de abril e interage de maneira inédita com acervo permanente do museu;

Pela primeira vez em três anos de existência, que se completam em 21 de março, o Museu da Língua Portuguesa lança uma exposição que se confunde com seu próprio acervo, ocupando os espaços da Grande Galeria, Auditório, Praça da Língua e até a Livraria da Imprensa Oficial.

Trata-se de Palavras sem fronteiras – Mídias Convergentes, baseada na obra do embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras Sergio Corrêa da Costa, falecido em 2005. A realização é da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo e da Poiesis - Organização Social de Cultura que administra o museu.


Com curadoria de Maria Eugênia Stein e de Julio Heilbron, da EMC – Marketing Cultural, a mostra, que vai até 14 de junho, apresenta palavras que transitam por diferentes idiomas sem perder seus significados originais. Dividida em quatro módulos, utiliza o conceito de mídias convergentes, ou seja, a união de imagem, palavra, som e tecnologia digital.

“Esta exposição revela, de maneira moderna e dinâmica, como as palavras se movem e se mesclam a diversos idiomas, tão distintos como português e árabe, mas sempre mantendo o significado original. Certamente, enriquecerá ainda mais a visita ao Museu da Língua Portuguesa e surpreenderá o visitante”, afirma Antonio Carlos Sartini, diretor do museu.


Para a curadora Maria Eugênia Stein, “a montagem da exposição Palavras sem fronteiras - Mídias Convergentes, busca integrar, pela primeira vez, uma mostra inovadora com as concepções virtuais da Grande Galeria e da Praça da Língua, principais espaços expositivos do museu. O objetivo é compatibilizar conteúdos e tecnologias por meio de intervenções pontuais, em concordância e estreita sintonia com a percepção museográfica original da instituição”.


A primeira concepção de Palavras sem fronteiras, com linguagem multimídia e recursos tecnológicos de última geração, cuidadosamente selecionados com o propósito de transmitir os efeitos e impactos imaginados, foi realizada em 2007 nas dependências da Biblioteca Rodolfo Garcia, da Academia Brasileira de Letras, uma das mais modernas e bem equipadas do país, e alcançou expressivo sucesso.Sobre a obra Palavras sem fronteiras


Sergio Corrêa Costa sempre foi um apaixonado pela língua francesa, herança de sua mãe. E em 45 anos de carreira, nunca tinha passado nem um só mês na França. Quando se aposentou, se estabeleceu em Paris. E foi lá que surgiu a idéia de buscar palavras e expressões em francês que ultrapassavam suas fronteiras e foram ganhando o mundo. Inicialmente sem grandes pretensões, o projeto tomou corpo e acabou virando uma obra de referência no campo do vocabulário universal.


A obra Palavras sem fronteiras é, nas palavras do próprio embaixador, “uma coleção de palavras que viajam pelo mundo”. Publicada originalmente na França sob o título Mots sans Frontières por Éditiions Du Rocher, em 1999, obteve no mesmo ano o Grande Prêmio da Fundação Prince Louis de Polignac. No Brasil, o livro foi editado em 2000, pela Editora Record, e contém um índice com três mil palavras e expressões e 16 mil exemplos de seus empregos. O material foi recolhido pelo embaixador durante dois anos em jornais de 15 países, de oito línguas, que refletem 46 idiomas e acabam por integrar uma espécie de “vocabulário sem fronteiras”, que aumenta sem cessar e aproxima as culturas.Corrêa da Costa coletou palavras com vocação cosmopolita, ou seja, que viajaram intactas ou com mínima variação para as demais línguas e se incorporaram a elas. Hoje, podemos pedir no mundo inteiro um capuccino, ou uma pizza, um carpaccio, lasanhas, um expresso. Os grafitti, os paparazzi, as prima donnas, as divas, os dilettantes, a extravaganza, o imbroglio fazem parte de nossas vidas. Quem não se interessa pela dolce vita, o farniente, os gran finales, até as proezas da Mafia ou dos maffiosi?


Sobre a exposição


A mostra Palavras sem Fronteiras ocupa os segundo e terceiro andares do museu. Ao sair do elevador e entrar no saguão do segundo andar, no entorno da Árvore da Palavra, o visitante já se depara com o primeiro módulo: um painel sobre o livro, o escritor e as palavras sem fronteiras. O espaço terá ainda duas telas de plasma. Uma apresentará momentos importantes da vida do escritor e a outra mostrará como a pesquisa foi realizada.O próximo módulo será apresentado na Grande Galeria – o telão de 106 metros. Entre os intervalos das projeções, uma animação gráfica com as palavras sem fronteiras. Sons de termos em diversas línguas compõem a trilha sonora desse módulo. São quatro filmes de cada vez, um ao lado do outro, cobrindo todo o comprimento da galeria.O terceiro módulo poderá ser visto no auditório e na Praça da Língua do Museu da Língua Portuguesa, localizados no terceiro andar. Serão apresentadas 12 criações de videopoesia de profissionais que têm se notabilizado nessa modalidade de expressão artística. Cada artista convidado interpreta simbolicamente, em linguagem virtual, uma das palavras identificadas pelo autor, considerando, além dos aspectos artísticos, a fidelidade ao conceito e aos componentes socioculturais contidos na proposta. As sessões no auditório serão apresentadas quatro vezes ao dia, duas de manhã e duas à tarde: 11h e 12h30, 14h e 15h30, respectivamente.


Algumas das palavras selecionadas e respectivos videoartistas:
Abat-jour (fr); abajur (po) – Walter Silveira
Barroco (po); baroque (fr, in); Barok (al) – Marcos Bonisson
Chérubin (hebreu); querubim (po) – André Vallias
Samba (po); samba (fr,in) – João Bandeira
Sertão (po); sertão (fr,in) – Gabriel Tupinambá


Após assistir a estes vídeos, o visitante irá ver, nos mesmos horários citados acima, animações com palavras sem fronteiras na Praça da Língua. Elas serão projetadas no teto da praça, envolvem todo o espaço criando, com seus movimentos e sincronismo, a sensação de um ambiente quase holográfico. Essas animações estão divididas por lugar de origem dessas palavras (inglesas, latinas, francesas, etc.). As sessões serão subsequentes às apresentadas no auditório, complementando-as. Sussurros e murmúrios compõe a trilha sonora desse módulo.Até mesmo a Livraria da Imprensa Oficial, no andar térreo do Museu, participa da exposição com uma cenografia especial. A partir do dia 4 de maio, textos e imagens impressos em vinil serão adesivados nos vidros do local. Este módulo foi produzido especialmente em homenagem à língua francesa – por ocasião do Ano da França no Brasil – e aproxima as Palavras sem Fronteiras da literatura brasileira.


O catálogo, que será lançado no dia 4 de maio, está em sintonia com o próprio conceito da exposição, e revela imagens dos filmes e instalações que criam outra dimensão para a compreensão da ideia fundamental que orienta a exposição.


Acessibilidade para pessoas com deficiência visual


A proposta da exposição também estará acessível às pessoas com deficiência visual com consultoria da Museus Acessíveis e apoio da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Serão oferecidas visitas educativas inclusivas com educadores treinados para conduzir as pessoas com deficiência visual no museu e proporcionarem um roteiro áudio-descritivo da exposição.

Além das visitas, a partir do dia 04 de maio, será oferecido acesso aos textos de curadoria da exposição, uma pesquisa sobre as palavras de língua francesa e o livro “Palavras sem Fronteiras” em versão resumida em terminais multimídia na Livraria da Imprensa Oficial.

Estes textos e o livro estão sendo produzidos pelo Departamento de Livro Digital Acessível da Fundação Dorina para Cegos, utilizando a tecnologia DAISE, que transforma os conteúdos textuais visuais em versões auditivas com diferentes possibilidades de busca.



______________________________________________

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seguidores

Povo que canta não pode morrer...

Arquivo do blogue

Pesquisar neste blogue