sábado, 26 de julho de 2008



Fotografias http://www.jkkfinearts.com/photography/



Estamos debruçados sobre o papel branco, como sobre o espelho labiríntico da nossa alma enigmática. Escrevemos, pensamos, libertamos inteiros compartimentos fechados, e logo outros escondidos e logo aqueles, invisíveis, de que jamais suspeitáramos. Existiam realmente, esses universos que o pensamento nos cria, a partir às vezes de uma imagem, de uma palavra, de uma sombra? Sentimos que nunca mais acabaremos, até ao último dia, até ao último minuto, até à última inspiração, de nos aproximarmos, de abrirmos novas portas, de descobrirmos novos espaços. Visitámos em Creta, o labirinto de Cnossos, o palácio onde o signo do labris, o duplo machado sacrificial, foi desenhado em cada divisão acrescentada ao projecto primitivo. Assim, sabemos que um labirinto não é uma série cifrada de corredores, mas uma imensa habitação que se vai construindo através dos tempos, aumentada e remodelada de geração para geração, sendo cada compartimento absolutamente necessário e funcional. Enganam-se aqueles psicanalistas que julgam ter encontrado o mecanismo secreto, a fotomontagem das almas. Uma alma, quando é explorada, penetrada, analisada, quando, sobretudo, se assume como reveladora do cosmos e representante infinitamente complexa do infinitamente grande, amplia-se, cresce, vai formando, lenta e incansavelmente, um corpo invisível, dia a dia maior, dia a dia diferente. (…) Assim, o papel branco do escritor é como a superfície cutânea, na qual um abcesso de fixação vai drenando o curso evolutivo do seu pensamento. O importante é que o canal nunca se feche, entre a elaboração conceptual e a expressão exterior. O importante é que o labirinto nunca se dê por concluído, nunca degenere em sistema circular, nunca se circunscreva num muro, nunca feche a última porta.



António Quadros, 'O Movimento do Homem'







Fonte: Blog sobre António Quadros



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domingo, 20 de julho de 2008

O livro " CASA DAS MÁQUINAS "





O autor e docente da Faculdade de Letras do Porto desde 1974, Prof. Vítor Oliveira Jorge, e a Papiro Editora, Porto, convidam todos os interessados para estarem presentes na apresentação do livro "CASA DAS MÁQUINAS", um conjunto de cem textos poéticos.

A apresentação pública do livro será feita no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa no dia 24 de Julho de 2008 às 21,30 h. e a entrada é livre.


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A não perder, digo eu ... que gosto cada vez mais, e por inteiro, da poesia de Vítor Oliveira Jorge.
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Difícil fotografar o silêncio ...





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Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski ? seu criador. Fotografei
a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.


Manoel de Barros

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segunda-feira, 14 de julho de 2008






E agora o que fazer com essa manhã desabrochada a pássaros?



Manoel de Barros







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domingo, 13 de julho de 2008




Retiro-me ...


Ou não ...
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e, já agora, uma informação útil http://www.portaldaliteratura.com/index.php


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quarta-feira, 9 de julho de 2008

No Parapeito da ponte


L'Homme sur le Parapet du Pont

Nesta peça, Guy Foissy aborda o sensacionalismo, a caça à notícia, a espectacularização das vidas, a voracidade da sociedade contemporânea e a sórdida realidade das coisas. Cínico, mordaz, sofisticado, com refinado sentido de humor. O foco apontado para os pequenos detalhes da vida quotidiana, para as personagens comuns, desvenda-nos grandes histórias. Instiga-nos.
Uma escrita dramática centrada no conflito e na palavra com uma “carpintaria teatral” extraordinariamente simples e eficaz, que não deixa o espectador indiferente a uma sociedade doente dos seus medos, das suas fraquezas, da sua brutalidade, do seu ódio ( dos seus predadores ... )

Primeiro as imagens, a luz e as sombras. A palavra e o olhar são substâncias preciosas.
Começa a sedução, intensa, mútua.


... cumplices.

AQUI









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Ficha Técnica

Título "No Parapeito da Ponte"
Intérpretes José Nobre, Duarte Victor
Autor Guy Foissy

Companhia TAS - Teatro de Animação de Setúbal
Encenação Duarte Victor

Onde Ver

SETÚBAL.TEATRO DE BOLSO

Quinta, [21:30]

Sexta, [21:30]

Sábado, [21:30]

terça-feira, 8 de julho de 2008

Intercities


De 12 de Julho a 20 de Setembro - “Intercities”, em Setúbal.
Paisagens interiores e lugares da memória marítima e conserveira, inspiram algumas das pinturas de Pedro Besugo em exposição.
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Museu do Trabalho Michel Giacometti- Ter a sab, das 09h30 às 18h00

Sobre o Pedro Besugo, o percurso do artista e a obra pode ler mais AQUI_
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" Packers " - Pintura sobre suporte madeira (seis caixotes / contentores de latas, usados na expedição, via marítima, das conservas de peixe da antiga fábrica Perienes, hoje museu).
Esta obra passará a integrar a exposição permanente do Museu do Trabalho Michel Giacometti.
As restantes, podem ser adquiridas durante a exposição.
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... Objectos vividos
Se a construção/invenção da cidade foi o culminar do processo de sedentarização dos povos nómadas, num médio oriente proto-histórico, foi também o início de uma nova forma de estar e viajar no mundo, já não em função apenas da natureza e das estações mas de espaços ordenados e construídos, logo fechados, que passam a ser pontos de referência fixos entre os quais se viaja.

Esse encerramento em muralhas e casas não deixa de ter uma outra consequência notável, a da criação de contentores - no verdadeiro sentido da palavra - para guardar o necessário e o excedente, este último anteriormente impossível de manter e transportar numa vida em movimento quase permanente. E conservar coisas permitiu começar a conservar memórias e criar sistemas de pensamento em função daquelas, encaixar pessoas e ideias.

Longe que estamos desses tempos, num outro em que os satélites e o Sistema de Posicionamento Global," GPS" nos guiam, confesso continuar a preferir-lhes os papéis e os mapas, o tempo gasto na ansiedade da procura e o tempo demorado da resposta. Nunca saberemos como será o nosso próprio transporte no tempo e de que forma a nossa própria "caixa" viajará, mas gosto de pensar no rio (e no mar) como a forma mais envolvente de a fazer circular por entre cidades. As cidades com portos embalam caixas com mistérios e enviam-nas entre cidades, tornando o mundo acessível. O caminhar entre cidades exprime desejos de mudança, de novas experiências, mais do que uma simples deslocação inter-local: ele leva à procura de novos horizontes.

Não é a primeira vez que uso nos meus trabalhos objectos vividos, transformados e gastos pelo tempo. O objecto/caixa fica quase escondido sob uma multiplicidade de invólucros - madeira, lona ou papel - que actuam como se fossem uma superfície visível a fingir de pele. Caixas que materializam os gestos do presente, suportes antes com outras histórias e que agora uso para gravar a minha leitura desses lugares. A caixa como símbolo daquilo que não se deve abrir, mais ou menos relacionada com contos ou lendas e que, quer seja ricamente ornamentada ou muito simples, só tem valor simbólico pelo seu conteúdo.

Abrir a caixa implica correr um risco, e esse é o exemplo mítico de Pandora...

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"Esfinge aparentemente decifrada revela sempre enigmas no atoleiro de sentires tão vividos que têm de ser contados na volta ao mundo da alma em voz dolente e salgada."...


Marta M
in " Hora tardia " IMF

sábado, 5 de julho de 2008












“a Alma esforça-se, tanto quanto pode, por imaginar as coisas exteriores que aumentam ou facilitam a potência de agir do Corpo.”




Maria Gabriela Llansol
Sintra, Junho de 2007

AQUI








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e fecho-me agora, de novo, na urgência de outras escritas mais pragmáticas, menos intuitivas ...




LIGA DE AMIGOS DO MUSEU NACIONAL MACHADO DE CASTRO


Imagem http://www.zademack.com/



Num Museu nem só o material se conserva. A cidadania, o belo e o espírito crítico são conceitos que se conservam praticando. O ensino da arte contribui para o desenvolvimento e enriquecimento pessoal do ser humano. As artes são elementos indispensáveis da expressão pessoal, social e cultural do Homem. São formas de saber que articulam imaginação, razão e emoção.
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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Encontros da Luz

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O Museu da Luz está integrado na 5ª edição do Escrita na Paisagem: Festival de performance e artes da terra, este ano com o tema da CASA. O festival decorrerá de 1 de Julho a 30 de Setembro de 2008, tem uma vasta programação que vai do teatro à exposição e instalação, à performance, música e cinema.

O festival é um projecto da Associação Cultural, Colecção B, financiado pelo Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e Associação de Municípios do Distrito de Évora, tendo importantes parceiros regionais, nacionais e internacionais. O acolhimento e formação são assegurados pela Universidade de Évora, Departamentos de Artes e de Arquitectura.



O Museu da Luz acolherá o seguinte:

Instalação O Grande Lago, de Rodrigo Oliveira
[12 Julho a 30 Setembro]
_ A instalação O Grande Lago consiste numa estrutura de saltos de piscina que será instalada na parte superior do Museu, de frente para a água. Remete para uma ideia de arquitectura enquanto vestígio de edificação, ruína e monumento, reflectindo simultaneamente a morfologia da paisagem.

Inserida no Circuito de Património e Criação Contemporânea 'O Espírito do Lugar':
[7 artistas, 7 lugares do Alentejo, 7 obras]
Centro Histórico do Redondo; Museu de Évora; Museu Municipal de Estremoz; Castelo de Montemor-o-Novo; Castelo de Arraiolos; Museu da Luz; Castelo de Viana do Alentejo.



Encontros da Luz
[12 e 13 de Julho]

_ Conferências e encontros subordinados ao tema Paisagem, Arte e Arquitectura.

_ Apresentação dos resultados do workshop Open Houses, comissariado por Linda Cassens Stoian, destinado a jovens arquitectos, estudantes de arquitectura, artistas plásticos e performers. É dedicado à noção de espaço urbano, de cidade e de espaço público, com especial atenção ao universo das casas devolutas de Évora.
Carlos Augusto Ribeiro; Cláudia Taborda; João Luís Carrilho da Graça; Jorge Sá; Linda Cassens Stoian; Natália Fauvrelle; participantes no workshop Open Houses.

_ Encerramento dos Encontros com o circo de Léo Cartouche.


[Ver+ Em http://www.escritanapaisagem.net/]

Património Cultural Imaterial



Memórias Fotográficas de uma comunidade rural alentejana 1900-1970
Ervedal (Avis, Portugal)
©Ana Carvalho, 16 Julho 2008




http://medinsuevora.wordpress.com/

Na sequência do trabalho desenvolvido no âmbito do projecto MEDINS foi criado este espaço de divulgação. Pretende-se dar a conhecer as actividades do projecto em torno do Património Cultural Imaterial, nomeadamente investigação, seminários.


“as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Esse património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interacção com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade humana.” UNESCO 2003
Consulte BLOG MEDINS :

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Projecto “MediMuses”
Projecto “Mediterranean Voices: Oral History and Cultural Practice in Mediterranean Cities”
Revista Oralidad
Tesauro do Folclore e Cultura Popular Brasileira
Website of the Intangible Cultural Heritage (UNESCO)
na Quinta da Penha ...



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Vivimos bajo el gran espejo.
El hombre es azul ! Hosanna !


Frederico Garcia Lorca

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