segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fotografia GEORGES DUSSAUD






















Não é um festival, é um convite para caminhar


Passear por um dos bairros mais antigos de Lisboa.
Palmilhar S. Domingos, Martim Moniz, Intendente, Mouraria e Anjos, para passar a conhecê-los como a palma da mão.


Um fim-de-semana para:


cortar o cabelo num cabeleireiro chinês, ou africano, como em Bollywood, ou na Moldávia,

vestir um sari,

descansar na rua da Palma,

comer carne Halal, muamba, makoufe,

ouvir cânticos ucranianos da antiguidade,

deitar-se a céu aberto e, com roupa usada, desenhar continentes,

calibrar os pneus do carro a preços convidativos…




TODOS propõe ao longo de quatro dias um contacto com as culturas que habitam esta zona da cidade através das músicas, das religiões, das comidas, do comércio e das pessoas. Passeios a pé levam o público a conhecer uma pessoa na sua própria casa, a descobrir uma escadaria de azulejos à luz da vela, uma mesquita onde só os homens poderão entrar, ou lições de culinária com ida prévia às compras.A substituir a publicidade urbana de grande formato, o fotógrafo francês Georges Dussaud instala nas paredes vazias dos edifícios imagens novas de uma população fulgurante oriunda de vários pontos do mundo, que vive nas sombras do bulício da cidade.Concertos multiculturais no largo do Intendente e Martim Moniz, uma fanfarra oriental pelas ruas da Palma, Benformoso e ruelas da Mouraria, filmes documentais que falam de realidades "invisíveis" que existem no coração das cidades, pequenas peças de teatro, dança e música instaladas em lojas e associações culturais que se dão a conhecer em salas referenciais do bairro. TODOS é um momento de uma festa internacional com enfoque nos países das pessoas que vivem nesta zona da cidade. TODOS é um espaço de reconhecimento e celebração de uma Lisboa outra e nova que devemos incluir definitivamente na nossa identidade urbana.Um programa que se desenha num jogo informal de diálogos culturais, encontros entre moradores e artistas, vivificação de espaços, trocas entre culturas, encontros entre tradições portuguesas e estrangeiras. Um programa que se faz de eventos maiores de rua e de acontecimentos mais pequenos que ligam o público à comunidade e aos artistas convidados. Lojas, restaurantes, cabeleireiros, lugares de culto e associações tornam-se também protagonistas nesta caminhada que se deseja festiva. Caminhada para o cruzamento dos povos que habitam a cidade e que são também afinal lisboetas.








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Cinema, música, dança, exposições _ Lisboa, primeira quinzena de Setembro


terça-feira, 25 de agosto de 2009




Quando recentemente vi, ouvi e li, inquietantes notícias sobre distúrbios, jovens, violência e muitos polícias na Quinta da Princesa, veio-me à ideia o milagre de _______


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Uma orquestra diferente 'made in' Venezuela






"Um documentário, agora editado em DVD entre nós, mergulha no 'sistema' de orquestras infantis e juvenis da Venezuela criado nos anos 70, que tem como jóia da coroa a bem-sucedida Orquestra Sinfónica Simón Bolívar, à frente da qual se destacou o maestro-revelação Gustavo Dudamel"


Fonte:
Diário de notícias










25 anos de festival

http://www.festroia.pt/





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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

To Be Written on the Mirror in Whitewash


I live only here, between your eyes and you,
But I live in your world. What do I do?
Collect no interest--otherwise what I can;
Above all I am not that staring man.







Elizabeth Bishop

quarta-feira, 5 de agosto de 2009




Saudosamente, Solnado ...




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Humor sereno. Com amor


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Em estado de árvore ...







Fotografia por Filomena Fonseca













Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz .
Hoje eu desenho o cheiro das árvores.











in O livro das ignorãças Manoel de Barros


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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Valem Mais as Vidas do que os Livros

Defende Cleantes a opinião de que em nada nos interessam as ideias dos homens e que acima de tudo devemos pôr o seu carácter, a honestidade e a firmeza, a independência e a lisura do seu procedimento. Se de política tratamos, Cleantes, que, por definição, é honesto, sentir-se-á muito bem representado ou muito bem governado não por aquele que, incluindo nos seus programas de eleição ou nas suas declarações ideias que perfeitamente se harmonizam com as dele, depois aparece apenas como um membro de toda a raça infinita dos que sobem por fora, mas por aquele que, tendo-o porventua irritado com a sua maneira de pensar, em seguida vem habitar a ilha minúscula dos que sobem por dentro. Se de dois candidatos que se apresentam, um está no partido contrário ao nosso mas é um honesto, seguro cidadão, e o outro se proclama correligionário, mas nos deixa dúvidas sobre a integridade moral, diz Cleantes que ninguém deve hesitar: o nosso voto deve ir para o que dá garantias de uma fiscalização séria dos negócios e não deixará que se maltrate a Justiça. Sobretudo se formos moralistas, isto é, se acreditarmos que o mundo se salvará pela moral; e, como cumpre a moralistas, se quisermos que o mundo se salve pela moral.






O mesmo acontecerá, por exemplo, nos domínios da filosofia: rio-me do estoico que usa um manto despedaçado e uma grande barba mal cuidada e vai à nona hora espreitar as damas amáveis do Foro; rio-me do pregador que não tolera a riqueza e vive num palácio, que desdenha a política e mergulha nas intrigas de Nero, que louva a paz dos campos e prefere o tumulto de Roma. E, ao contrário, darei lugar, entre os bustos domésticos, àquele Epicuro que defendeu o prazer (se defendeu o prazer), que amou a vida e desprezou os deuses, mas tão santamente procedeu e tão nobremente morreu nos seus jardins de Atenas; poria a seu lado Lucrécio, o homem de que nada sei, que adivinho, porém, austero e puro. Porque uns contribuíram com palavras e os outros contribuiram com actos; certamente, quando vier a hora de se reconhecer na palavra nada mais do que uma ferramenta, uma das muitas que serviram a erguer o edifício humano (temo que a palavra humano seja estreita), hão-de valer mais as vidas do que os livros e ninguém nunca mais se lembrará dos que apenas tiverem deixado atrás de si as páginas que escreveram.













Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

Incógnito


Fotografia por Adelino Chapa
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