quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010: o ano do Contacto





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Votos de felicidades a legentes, amigas e amigos deste Caderno


Um prodigioso Ano






VivA !





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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009




Fotografia por Maria Avelino
 









Caiu sobre o país uma cortina de silêncio
a voz distingue o homem mas há homens que
não querem que os demais se elevem sobre os animais
e o que aos outros falta têm eles a mais
no dia de natal eu caminhava
e vi que em certo rosto havia a paz que não havia
era na multidão o rosto da justiça
um rosto que chegava até junto de mim de nicarágua
um rosto que me vinha de qualquer das indochinas
num mundo onde o homem é um lobo para o homem
e o brilho dos olhos o embacia a água
Caminhava no dia de natal
e entre muitos ombros eu pensava em quanto homem morreu
por um deus que nasceu
A minha oração fora a leitura do jornal
e por ele soubera que o deus que cria
consentia em seu dia o terramoto de manágua
e que sobre os escombros inda havia
as ornamentações da quadra de natal
Olhava aquele rosto e nesse rosto via
a gente do dinheiro que fugia em aviões fretados
e os pés gretados de homens humilhados
de pé sobre os seus pés se ainda tinham pés
ao longo de desertos descampados
Morrera nesse rosto toda uma cidade
talvez pra que às mulheres de ministros e banqueiros
se permita exercitar melhor a caridade
A aparente paz que nesse rosto havia
como que prometia a paz da indochina a paz na alma
Eu caminhava e como que dizia
àquele homem de guerra oculta pela calma:
se cais pela justiça alguém pela justiça
há-se erguer-se no sítio exacto onde caíste
e há-de levar mais longe o incontido lume
visível nesse teu olhar molhado e triste
Não temas nem sequer o não poder falar
porque fala por ti o teu olhar
Olhei mais uma vez aquele rosto era natal
é certo que o silêncio entristecia
mas não fazia mal pensei pois me bastara olhar
tal rosto para ver que alguém nascia






" Um rosto de Natal ", Ruy Belo - Todos os Poemas II. Lisboa: Assírio Alvim, 2004
 
 
 
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009





ALBERTO MUSSA ELOGIADO EM FRANÇA

A versão francesa de “O Enigma de Qaf”, de Alberto Mussa, estará oficialmente nas livrarias em Janeiro de 2010, mas mereceu já uma referência muito elogiosa na “Livres Hebdo”, revista de referência sobre literatura e mercado editorial, por um dos mais respeitados críticos franceses, Jean-Maurice de Montrémy: «Este livro teria encantado Borges e Cortázar» disse ele, e ainda: «O leitor só pode deliciar-se com a cultura, a imaginação, o requinte e a inteligência de Alberto Mussa».

Romance galardoado com os prémios da Associação Paulista dos Críticos de Arte (2004) e da Casa de Las Américas (2005), "O Enigma de Qaf" foi editado em 2008, em Portugal, pela Campo das Letras. Traduzido para inglês, espanhol, italiano e agora para francês, será lançado pela editora Anacharsis, uma nova editora que quer proporcionar ao público francês o imaginário de culturas distantes através de uma literatura exigente, inventiva e sofisticada.







Edição/reimpressão: 2006
Páginas: 224
Editor: Campo das Letras
ISBN: 9789896251109




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Pré - Natal

(Este livro "Qaf" já o tinha lido no ano passado, sensivelmente por esta altura. Recomendo-o vivamente, mas ontem, domingo, no ultimo domingo, antes do Natal, estive a ler um outro, uma novidade, que recebi de mãos amigas. Um saquinho surpresa, uma prenda de Natal antecipada, que saboreei com um chá perfumado, deliciosamente perfumado, que também me chegou, milagrosamente, como pré-anúncio de Natal. Foi bom ________________ o dia estava frio, puxava para casa. Foi onde fiquei, a desbravar as inúmeras páginas da minha prenda - "A Vertigem das Listas de Umberto Eco", um livro gordo, suculento, recheado de belos textos, antológico, rico em imagens, magníficas reproduções de obras de arte, que versam a repetição e os elencos para acentuar grandeza, magnificência, ideia de infinito. Esta obra fala-nos da coerência das listas, da musicalidade do elenco mas também do prazer vertiginoso de reunir elementos sem relações específicas entre si, como acontece nas denominadas enumerações caóticas.)

sábado, 19 de dezembro de 2009








Ontem na ADICENSE, em Alfama, mesmo junto ao Museu do Fado, foi assim como as imagens documentam (as fotografias não são boas, a máquina está a precisar de reforma (pedi uma mais moderna ao Pai Natal!), mas fica a intenção, a vontade de não deixar fugir o instante, a vontade de partilhar a emoção deste jantar _ canto livre, com Fanha, Francisco Fanhais, saudosas vozes. Em que o Vitorino cantou "Traz outro amigo também" e recordou que uma canção pode salvar uma vida. Na verdade, assim aconteceu com a canção que o Zeca dedicou ao Alípio de Freitas, um alerta que o tornou visível aos olhos do mundo. Uma noite para reunir amigos, cantadores, poetas e, sobretudo, para lembrar, cantando e contando ___________ que a liberdade é um bem perecível.
Uma noite de "quase Natal" para lembrar (e foi o Alípio que lembrou) que existe no céu, visível em noites de breu, uma constelação chamada constelação da utopia, para onde vão todos aqueles que, no mundo, tombaram (e que continuam a tombar) em defesa da Liberdade e dos direitos humanos. Eles tombam e a Terra recebe o seu corpo, mas não morrem, transformam-se em estrelas e essas estrelas desenham no céu a mais bela de todas as constelações. __________________________________________________


Ler mais em http://associabril.blogspot.com/

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009





Fotografia por sergio jacques












Esta noite está frio. Muito frio
Amanhã, se o frio continuar, arrancarei as  folhas ao caderno para fazer lume 


(se não fizer vento, continuarei a escrever nas cinzas)






Errante . Navegante
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“A era moralista tinha por ambição a disciplina do desejo, nós exacerbamo-lo; ela exortava aos deveres de cada um para consigo mesmo e para com os outros, nós convidamos ao conforto. A obrigação foi substituída pela sedução, o bem-estar tornou-se Deus e a publicidade o seu profeta.”


Gilles Lipovetsky, O Crepúsculo do Dever. A Ética Indolor dos Tempos Modernos, Lisboa, D. Quixote, 1994, p. 62.












Fotografia: Pedro Polónio
in http://club-silencio.blogspot.com/
















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domingo, 13 de dezembro de 2009





"As pessoas que dormem mal parecem sempre mais ou menos culpadas. O que fazem elas ? Tornam a noite presente."

_____________________é com esta desassombrada afirmação de Maurice Blanchot, que entramos no "Nocturno Indiano" de António Tabucchi _ 118 páginas de puro prazer ____________________

(Uma conjectura do autor é a de que este livro poderia servir de guia a um amante de viagens absurdas. E não deixa de ser absurda esta busca de um amigo que desapareceu, sombra que pertence a um passado também ele conjectural, numa Índia que se conhece quase só através de quartos de hotel, de hospitais, de estações de caminho-de-ferro. Uma Índia que todavia transparece em conversas com poetas nómadas, Jesuítas portugueses, prostitutas de bombaím, uma reporter que fotografa a miséria de Calcutá. Mas este misterioso ballet de sombras é sobretudo um hino às faculdades criativas da linguagem, pois é graças a uma palavra evocada em várias línguas que o viajante se aproxima daquele que procura. É graças à escrita que esta viagem se transforma em livro, passa de insónia ao sonho ...)







quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tempo . Tempo . Tempo compositor de destinos














Peço-te o prazer legítimo






E o movimento preciso



Tempo tempo tempo tempo



Quando o tempo for propício



Tempo tempo tempo tempo...





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POEMA OPACO SOBRE A MESA

que idade é? para ser evidente é só virar ao contrário. ou então absorver-se.
absorvo-me. reabsorvo-me. o belo é supletivo da liberdade.
o belo aprisionado. e o infinito é tão portátil quanto a imobilidade da casa.
mas do conteúdo da casa ninguém deverá falar. – o infinito é indirectamente portátil.
e ninguém sente. e ninguém pensa.
ERROS DE DESCARTES E DAMÁSIO. ninguém sabe: o sofrimento envelhece
com o rejuvenescimento tardio. {e a culpa. onde está a culpa?}
a culpa de ver dois amantes com as águas redondas. a culpa de
reconhecer por exclusão de som, por exclusão de conclusão e primeira metáfora.
{para regressar, o amor deve fornicar}, [alguém entra no poema com esta ideia,
válida a todas as luzes, e por isso fica, deve ficar.]
por fim, há exclusão de latitude, eu diria, porque há repetição e depois redundância.
{a inocência é tão selvagem quanto o desejo}, a mesma voz inibe
os outros rios arrefecidos, de modo a que a minha discricionariedade
congele, e o poema conclua sozinho: a idade espera que o sangue jubile, passe a servir as árvores.





Sylvia Beirute
inédito





in http://sylviabeirute.blogspot.com/


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"As fiandeiras", (1655) Diego Rodrigués da Silva Velazquez




 

Num primeiro plano as cinco mulheres tecendo, mais ao fundo, outras cinco mulheres examinando uma peça que conta a história de Aracne. Segundo a lenda, Palas Atena irada por Aracne se gabar de tecer tão bem quanto ela, transformou-a numa aranha e obrigou-a a tecer para o resto da vida.


A mulher puxando a cortina, convida-nos a olhar a cena. A mulher mais velha, fiando na roca, é Palas Atena e a que está enrolando a lã que é Aracne.


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sábado, 5 de dezembro de 2009







A matéria é o ser mais positivo e indefeso do cosmos. Qualquer um pode amá-la, formá-la: obedece a todos. Todas as organizações da matéria são perecíveis e débeis, fáceis de regredir e de anular. Não existe nenhum mal na redução da vida de formas novas e diferentes. Ocasionalmente trata-se de uma violação necessária de formas resistentes e petrificadas de vida que deixaram de ser interessantes. Pode mesmo ser uma virtude quando se trata de uma experiência interessante. Aqui radica o ponto de partida para uma nova apologia do sadismo.


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Schulz, Bruno, Obra completa, ed. Juan Carlos Vidal, Madrid, Siruela, 1993
(citado por J. A. Bragança de Miranda, "Corpo e imagem", ed. Nova Vega, 1ª edição, 2008)





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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009






Flores envenenadas na jarra. Roxas azuis, encarnadas, atapetam o ar. Que riqueza de hospital. Nunca vi mais belas e mais perigosas. É assim então o teu segredo. Teu segredo é tão parecido contigo que nada me revela além do que já sei. E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu. Assim como tu és o meu.




" teu segredo" Clarice Lispector
 
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Utilidades __________________________________________

Assunto: sites para conhecimento e divulgação sobre multidificiencia













Dislexia

· Portal da Dislexia - http://www.dislexia-pt.com/sinais_alerta.htm

· Dislexia: Perceber o que os meus olhos vêem - http://alunos.por.ulusiada.pt/21656106/

· Artigos e informações sobre Dislexia - http://www.dyslexia-teacher.com/




Autismo

http://www.sensite.co.uk/approach/theme_4.html


· Actividades para autistas -
http://actividadesautistas.blogspot.com/

· Partilha de experiências e trabalhos - http://partilharombroamigo.blogspot.com/

· PECS (Picture Exchange Communication System) - http://www.pecs.org.uk/

· PECS (Picture Exchange Communication System) - http://www.autistas.org/pecs.htm


· Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger -

http://www.apsa.org.pt/bin/PresentationLayer/home_00.aspx


· Federação Portuguesa de Autismo - http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/

· Banco de imagens gratuitas - http://www.picto.qc.ca/

· Imagens para colorir - http://www.coloring.com/pictures/choose.cdc

· Recursos educativos 1.º ciclo - http://www.cantinhodateresa.net/corpo.htm

· Actividades 1.º ciclo e pré-escolar - http://www.catraios.pt/

· Rua Sésamo - http://www.sesameworkshop.org/

· Passatempos, jogos educativos, colorir e multimédia - http://www.smartkids.com.br/

· Actividades pré-escolar, 1.º e 2.º ciclo - http://www.junior.te.pt/

· Recursos - http://www.akidsheart.com/

· Actividades e recursos para crianças do 2-6 anos - http://www.first-school.ws/

· Cooperativa de Educação e Reabilitação de crianças inadaptadas de Fafe - http://www.cercifaf.pt/

· Aplicações interactivas para o 1.º ciclo e a Educação Especial -

· http://www.cercifaf.org.pt/mosaico.edu/






Diversos

· Entre Amigos – Rede de Informações sobre Deficiência - http://www.entreamigos.com.br/

· Programas educativos interactivos - http://misprogramaseducativos.blogspot.com/

· Estimulação sensorial e criativa - http://www.boohbah.tv/

· Actividades pedagógicas para E.E. pré-escolar -
http://www.malhatlantica.pt/apoio_pre_escolar/actividades.htm


· Conteúdos pedagógicos abordados através de animações, jogos, sons e imagens -

http://www.estarconsigo.com/animacoes.htm

· Noddy - http://www.noddy.com/funtime/index_pt.html

· Puzzles, jogos e diversas actividades - http://www.poissonrouge.com/

· Ruca - http://ww1.rtp.pt/wportal/sites/tv/ruca/index.php

· Teletubbies - http://www.bbc.co.uk/cbeebies/teletubbies/

· Recursos sobre Ciências da Natureza - http://www.cientic.com/portal/

· Eu Sei! – Centro de Competência TIC da ESE de Santarém - http://nonio.eses.pt/eusei/

· No Mundo das Fábulas - http://nonio.eses.pt/fabulas/

· Actividades 1.º ciclo – Univ. Évora - http://www.minerva.uevora.pt/web1/

· TIC Ciênci@ - Univ. É vora - http://www.minerva.uevora.pt/ticiencia/index.htm

· Aventuras na Web – 1.º ciclo - http://www.minerva.uevora.pt/pre1ciclo/webquests.htm

· Netescrit@ - http://www.nonio.uminho.pt/netescrita/princ1.html

· Molecularium – Simulações em Química-Física - http://www.molecularium.net/

· Softciências - Jogos sobre a Tabela Periódica - http://nautilus.fis.uc.pt/cec/jogostp/

· Softciências – Camada de Ozono - http://nautilus.fis.uc.pt/cec/ozono/

· Softciências – Caça ao Tesouro - http://nautilus.fis.uc.pt/cec/ct/

· Jogo das Coisas – Centro de Física Computacional - http://www.jogodascoisas.net/

· Cadernos Net – Actividades/Webquests – 1º, 2º, 3º ciclos, Secundário e Técnico – Proformar - http://cadernosnet.proformar.org/intro.swf


Institucionais

· Ministério da Educação - http://www.min-edu.pt/


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Fonte: GAM - Grupo para a Acessibilidade nos Museus
http://www.gam.org.pt/

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tudo a desejo ...





A casa cheia, uma comidinha (a desejo ...), mimos de chocolate, livros antigos, histórias de encantar e ... encosta-te a mim.



______________________________________________________ Um dia Feliz, porque sim !





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