segunda-feira, 30 de junho de 2008

Espanha 1.Alemanha 0





Futebol assim jogado é arte em movimento.




Viva Espanha
Viva "el niño"

!


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Diego Velázquez La Venus del Espejo
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sexta-feira, 27 de junho de 2008

LínguaViagem


























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Não há verdade senão a do desejo.
O inconsciente deriva do que é puramente lógico, ou em outros termos, do significante.
Nos curamos ao ouvir, no significante, pulsão de vida.

Segundo Saussurre, "o significante é uma realidade psíquica construída por uma imagem acústica".

Exemplo 1: xícara.
Exemplo 2: búfalo.
Exemplo 3: faca.

Palavras tais como: amor, pensamento, alma, alegria, paz não podem ser significantes, posto que não formam imagem acústica.
O significante não é a palavra que se pronuncia ao enunciá-la. Não adianta, portanto, recitar xícara, búfalo, faca.
O significante não é o som da palavra, mas uma imagem acústica que não precisa da voz.

O significante habita o silêncio.

Xícara forma a imagem da xícara e tem um som peculiar
ou acústico: x-í-c-a-r-a.

Búfalo forma a imagem do búfalo e tem um som peculiar
ou acústico: b-ú-f-a-l-o.

Faca forma a imagem da faca e tem um som peculiar
ou acústico: f-a-c-a.

O significante habita o silêncio.

O significante é o inconsciente (ou Deus ou amor ou o fluido integrativo ou o sim) em ação.
No inconsciente só há sim. Não há não no inconsciente.
O inconsciente é sim primordial, fluido integrativo, afirmação: nele não há não.
A não ser que eu deva dizer não ao cansaço, à preguiça, à mentira.

Para finalizar: a via régia, real, para o inconsciente é, para usar uma expressão de Augusto de Campos, uma “linguaviagem”, sempre em direção a outro tempo e a outro lugar, uma micro-língua em vero exercício que não se confunde com as línguas genéricas, coletivas ou convencionais, as quais alimenta e vivifica; ainda que se pareça à língua comum, comunicativa, transgride seus usos, evita suas sintaxes, afeta sua morfologia e redistribui seus valores semânticos.
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Fernando José Karl


sobre "A essência da linguagem"

em "O arqueiro quântico"

AQUI

A MÚSICA SONHA CISNE E VASOS DE BARRO



Vasos de barro, onde cisne e música somem.

Se olham --- cisne, vasos de barro, música ---

imersos na voz, aderidos ao corpo

que logo finda neles --- os dourados,

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com música transbordando de vasos de barro

moldados pelo sopro do cisne que os dias desdouram,

como se a mais alta sina fosse perder

vasos de barro, música, voz.

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Os dourados somos todos, esquecidos

do corpo que, antes das constelações,

silenciava uma prímula, um grão

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de lua na altura do peito, na altura do peito

dois vasos, não de barro,

de seda fina do arrozal, dois pulmões, dois cisnes:

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vasos de música


Fernando José Karl


AQUI

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Tudo uma questão de perspectiva ...


Visite o blog http://cao1appacdm.blogspot.com/ Museu /oficina do CAO1/APPACDM Setúbal






"Nossa missão é transformar a sociedade em um ambiente inclusivo, por meio de ações de direito e de comunicação, assumindo a diversidade humana como um valor inquestionável para que pessoas com e sem deficiência exerçam seu direito à participação desde a infância."

Claudia Werneck

www.escoladegente.org.br


O que pensam disto ?





Boneca inspirada na personagem Clarinha, portadora da síndrome de down, da novela "Páginas da Vida", exibida pela TV Globo. Produzida pela fábrica Walbert, sediada em Sâo Paulo.

Esta boneca agora faz parte do acervo de brinquedos do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, como a primeira boneca com síndrome de Down a ser industrializada no mundo.
Para ver o site do museu acesse:
http://www.museuhistoriconacional.com.br/





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RINAM - Rede de Informação de Acessibilidade em Museus é um site de difusão de notícias, pesquisas, discussões e bibliografia sobre o acesso de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida em museus e instituições culturais.

http://museuacessivel.incubadora.fapesp.br/portal/publicacoes


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with a little help from my friends - beattles

segunda-feira, 23 de junho de 2008

e um pássaro

Host unlimited photos at slide.com for FREE!

Mestrado em Museologia. Universidade Lusófona. Lisboa 2008


Mais um ano académico que chega ao fim ... Visita comentada no Museu da Ciência por Máximo Ferreira. Mestria. Dedicação.


Voa. Voa ... Ver para crer







Museu de Ciência da Universidade de Lisboa
Museu de Ciência da Universidade de Lisboa. Rua da Escola Politécnica, 56. 1250-102 Lisboa. tel. 21 392 1808 fax 21 390 9326. email: geral@museus.ul.pt










domingo, 22 de junho de 2008


CARTAS ITALIANAS
Luís António Verney

tradução e edição: Ana Lúcia Curado e Manuel Curado

As Cartas Italianas são um olhar sobre o Portugal setecentista a partir do qual se podem vislumbrar muitos aspectos da sua vida civil e intelectual. O papel do rei, os autos-de-fé, a Questão Judaica, a organização dos tribunais, a melhoria do processo penal, a representação diplomática do país no estrangeiro e o peso da Igreja Católica nas políticas públicas são alguns dos temas mais importantes da época sobre os quais Verney se debruça. Mas, nas suas cartas, podem ler-se também linhas em que o autor dá conselhos sobre variadíssimos assuntos: entre outros, as comendas, as medalhas, o serviço postal, o dote para as meninas pobres se casarem, o número de filhos adequado para as famílias, a violência das praxes académicas, o porte de armas, a presença de médicos nas partes mais pobres do território, a necessidade de virem mestres estrangeiros educar os estudantes nacionais, a protecção aos viajantes e turistas e o estado das estradas.



Contemporâneas de um tempo em que impunemente se podia falar de "queima de pessoas na fogueira" e em que a justiça demonstrava que Kafka poderia ser considerado, sem ironia, um escritor realista, as Cartas Italianas de Verney podem surpreender os mais incautos pela sua enorme actualidade em muitos dos aspectos que abordam e provocar danos na auto-imagem de tolerância e indulgência com que os Portugueses se gostam de enfeitar.



______________ LUÍS ANTÓNIO VERNEY
Luís António Verney nasceu em Lisboa em 1713, filho de pai francês e de mãe portuguesa, e faleceu em Roma em 1792. Estudou no Colégio de Santo Antão e na Congregação do Oratório, e formou-se na Universidade de Évora. Viveu sempre em Itália desde os seus vinte e três anos, doutorando-se em Teologia e Jurisprudência. Foi um dos mais notáveis representantes do Iluminismo em Portugal e um grande renovador do pensamento filosófico da época. Recebeu de D. João V a tarefa de 'iluminar a nação em tudo que pudesse'. A sua obra mais influente e célebre é o Verdadeiro Método de Estudar, de 1746. Aguardam ainda tradução para português as suas obras importantíssimas De re logica, De re physica e De re metaphysica, e muitas outras. Foi amigo de grandes autores das Luzes, como Genovese e Muratori, e conviveu com a aristocracia italiana e com figuras importantes da Santa Fé. Este grande reformador do ensino português tinha um pensamento político marcadamente realista, tendo chegado a denunciar as atrocidades da Inquisição. O epitáfio por ele próprio composto revela o seu grande amor por Portugal e pela elevação do nível cultural dos Portugueses: «Deus não quis que eu iluminasse a nossa nação e eu me conformo com a Sua vontade».


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1ª Edição
Formato 13 x 20 cm
ISBN: 978-972-618-491-1
Depósito legal: 276073/08
208 páginas
Ano de publicação: 2008
P.V.P.: 11.90 euros


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sábado, 21 de junho de 2008

Beldroegas, saramagos e cagarrinhas ...

Memórias da Resistência Rural no Sul – Couço (1958-1962)


Paula Godinho, Memórias da Resistência Rural no Sul – Couço (1958-1962), Oeiras, Celta. 2001
Beldroegas, saramagos e cagarrinhas eram as três vias para um caldo em tempos de guerra à fome. E se, hoje e aqui, as ervas nos abrem o apetite e nos imaginam um rural “exótico”, ontem e lá – no Couço – eram apenas o que havia para a colecta de combate ao quotidiano das fomes. Se hoje e aqui são cultura porque são frutos de “contemplação”, ontem e no Couço são cultura porque objectos de “experiência”. Os próprios anos 40, se aqui e agora são o tempo da II Guerra Mundial, lá e então são o tempo das Grandes Fomes, do ir buscar pão onde ele houver.

A dissertação de doutoramento de Paula Godinho, publicada pela Celta numa letra injustificável para qualquer economia oftalmológica do leitor, tem como objecto de estudo a resistência rural no Couço. As memórias dos habitantes do Couço desenvolvidas a partir da recordação de um tempo de aceleração histórica (1958-62), recolhidas em 14 meses de trabalho de campo, são a fonte principal da tese. A história oral constitui-se assim como a arma dos fracos, permitindo ao cientista social dispor de visões do passado que a história escrita tende a subalternizar.


A metodologia de Godinho permite-lhe fragilizar algumas dicotomias clássicas (antropologia vs. história; história oral vs. história escrita). O trabalho de campo possibilita, pela participação no dia-a-dia, a penetração numa cultura que a resistência e a clandestinidade construíram como “reservada”, favorecendo a imaginação das redes sociais de outrora – das redes de vizinhança, das redes de trabalho, das redes familiares, das redes do lazer e das redes comerciais. O Couço, mitificado como a “aldeia vermelha”, é visto a partir de dentro, concluindo a autora que a militância partidária é política, mas é também social e cultural. A rede do “Partido” (do Partido Comunista Português) vive entretecida com a rede familiar (os casais que juntos passaram à clandestinidade), a rede de vizinhança (as visitas num regresso da prisão) e a rede do trabalho (as lutas pelo direito à fumaça e pelos salários). Ou seja, os comunistas coucenses não habitam e não viveram fora de um tempo e de um espaço. Trata-se aqui, pois, de rejeitar a visão das ideologias como estranhas às práticas sociais, com tudo o que isso implica ao nível da análise dos movimentos sociais: a dicotomia movimento organizado / movimento espontâneo torna-se redutora (a violência no protesto nos anos 40 é espontânea irracionalidade ou organizada estratégia?) e a dicotomia reacção/revolução equívoca (no sentido em que por reacção se pressuponha imediatismo e por revolução se pressuponha conspiração). A autora sugere linhas de análise das formas de protesto que alargam o âmbito usual do conceito de resistência. Esta não é apenas a heróica luta na prisão, o clássico abaixo-assinado ou a épica greve; é também o boicote económico à introdução de maquinaria nos anos 60. O ritmo lento do trabalho não é a “preguiça” anedotizada para além do Tejo, mas a inércia activa de quem não trabalha mais e melhor porque se sente explorado. A procura de um registo escondido nas práticas sociais, um registo escondido de resistência, de valorização de certas práticas, tempos e disciplinas próprias e, portanto, a percepção de uma cultura de resistência que é não só uma resistência política mas acima de tudo uma resistência cultural, norteia toda a investigação.


Esta complexificação das dicotomias referidas inserir-se-á, em certa medida, numa renovação no estudo dos movimentos sociais que se inicia a partir da década de 60, com a emergência de revoltas não enquadradas, tanto nas instituições existentes no campo da produção e no da reprodução, no campo do sistema e no campo da alternativa, como nos próprios quadros teóricos das ciências sociais. Procurou-se a partir de então desviar o estudo das lutas de classes de uma direcção única, a direcção estatocêntrica.


Os movimentos sociais rurais, naquele processo de renovação dos quadros de estudo dos movimentos sociais, foram, se assim se poderá dizer, dos mais “beneficiados”. A visão marxiana dos camponeses como batatas no saco foi sendo desafiada ao mesmo tempo que se começava a afirmar o estudo de outros tempos sociais para lá do tempo histórico. No caso do Couço, Paula Godinho não hesita em rejeitar a utilidade do conceito de comunidade no sentido corporativo do termo (uma aldeia “pacífica” de proprietários e trabalhadores). Ela afirma que esse conceito é claramente destruído por uma lógica de nós vs. eles. A linha que traça o versus, por sua vez, assenta na questão da terra – quem a tem e quem a não tem – e na questão do trabalho (quem a não tem e portanto trabalha). Mas, refere Paula Godinho, no Couço não se deve propriamente falar de camponeses, mas sim de assalariados rurais cujo tempo não é tão marcado pela rotina anual da colheita (o facto de não decidirem sobre o processo de produção e a precariedade do emprego a tal conduz) e cujos lugares sócio-económicos não são tão diversos quanto os de um mundo rural de camponeses. Tais diferenças implicar-se-ão na construção de uma cultura de classe de forma decisiva. Assim, se é certo que há uma consciência da repartição injusta da terra como o “mal fundador”, a reivindicação da sua posse não é central. A reivindicação central acaba por ser quase sempre a de mais salário e/ou de regulação de direitos de trabalho, reivindicação que afirma uma ética do trabalho muito característica do mundo operário e que, de certa forma, secundariza a especificidade da relação com a terra (vai também neste sentido a evocação pelo PCP dos trabalhadores dos campos como operários agrícolas).


Mas seria errado limitar a linha entre o nós e o eles a uma questão de lugar económico-social. Godinho mostra-nos a heterogeneidade dos lugares sociais no Couço: vendedores ambulantes, artífices e comerciantes persistem e surgem. Por outro lado, há distância entre o proprietário odiado e aquele outro considerado democrata devido a posições mais afastadas do regime e/ou à prática de melhores salários. Assim, é uma cultura de resistência que se edifica sobre aqueles lugares económicos, mas uma cultura que se edifica já com uma autonomia assinalável demarcando os campos. O mapa da sociabilidade da aldeia, mapa esse que nos permite perceber esse travar do conflito, é traçado. A Igreja, a escola e a Casa do Povo (lugares emblemáticos da hegemonia estatal); o cinema, os bailes de domingo onde o trabalho coloniza o lazer («Nos bailes do Couço, quando as raparigas envergavam as suas melhores roupas, devia ser sempre por elas fornecido um lenço ao dançador que as acompanhasse, para ser interposto nas suas mãos, impedindo que o suor que delas brotasse manchasse com a tinta do sobreiro as blusas claras dos dias de festa», pp.105), os piqueniques e as pescarias onde a política coloniza o lazer, os postos do comércio (a barbaria, o mercado, a taberna, etc.). A autora mostra-nos a promiscuidade entre os campos do lazer, do trabalho e da política e identifica uma cultura de resistência que contamina e se contamina em todos eles.


Na parte final do livro analisam-se ainda os universos da vida clandestina, da prisão e da tortura, onde se conclui da criação de uma identidade local em contexto de prisão (os pinhões torrados do Couço distribuídos pelos presos, as inscrições da palavra Couço nos pratos da prisão) e onde se conclui da prisão como cruzamento de lugares sociais (onde uma trabalhadora do Couço encontra uma estudante de Lisboa).


Notas finais: algumas linhas de análise ficaram por explorar. No que se refere ao mapeamento das sociabilidades do Couço seria interessante perceber algumas dinâmicas que, não pondo em causa o antagonismo nós/eles, serviriam para aferir de consensos que por aí perpassem. Isto é, a quase imunidade entre os campos em conflito sugerida pela autora mereceria ser mais testada, aferindo-se da “convivência” entre, por um lado, possíveis consensos que perpassem os universos culturais, e, por outro lado, a evidência do conflito e de um antagonismo central. Concretizando: a autora refere que no cinema do Couço existia um balcão e uma plateia; de um lado ficavam os trabalhadores e do outro os proprietários (isto é, os campos não se “misturam”); ora, seria também interessante perceber quais os filmes e espectáculos que ambos – nós e eles – assistiram nesse mesmo cinema. De igual modo, parece sugerir-se que a construção do género no seio do nós resultava de um conflito entre uma ideologia igualitária (do partido) e uma cultura “tradicional” discriminatória; mas não se chega a questionar até que ponto, em parte, o partido não se constitui como um agente ambíguo, ou seja, um agente quer da exclamação da igualdade, quer da “organização” da discriminação (pp.6 e 233). Talvez uma consideração maior destas perspectivas favorecesse a compreensão, por exemplo, dos motivos porque nós e eles igualmente comemoraram – ainda que diferentemente – o 1º de Dezembro.

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José Neves / Bolseiro da FCT- Fundação para a Ciência e a Tecnologia

Centro de Estudos de Antropologia Social

Encantada ...













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quinta-feira, 19 de junho de 2008

A caminho ...


XV Encontro Nacional Museologia e Autarquias
Alcanena, 19 e 20 de Junho

O Cine-Teatro São Pedro, em Alcanena, irá receber, nos próximos dias 19 e 20 de Junho, o VII Fórum Nacional Urbanismo e Autarquias e o XV Encontro Nacional Museologia e Autarquias, cujas actividades decorrem em simultâneo.
A sessão de abertura terá lugar às 9:30h do dia 19 de Junho, contando com a presença do Governador Civil de Santarém, Paulo Fonseca, do Presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Luís Azevedo e de Zoran Roca, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – TERCUD.

Organização conjunta da Câmara Municipal de Alcanena e da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – TERCUD.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

I Was There



Fotografia Katia Chausheva




















Revista Musas nº 2


A Revista Musas n° 02 apresenta artigos de 26 autores, que tratam do turismo, do lazer e do prazer nos museus; das relações sociais e de gênero nas instituições museológicas; das ações afirmativas de caráter museológico num museu universitário; das ações educativas e das pesquisas de públicos; dos projetos de acessibilidade e de inclusão social; das políticas públicas de cultura e dos sistemas de museus, entre outros temas. Como novidade, traz um sugestivo ensaio fotográfico sobre o público jovem em museus e um poema sobre museu. Na seção Museu Visitado, a Revista apresenta um registro sobre o Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição centenária situada em Belém do Pará.

Valor: R$ 20,00. Interessados devem entrar em contato com Maximiliano, pelo e-mail mailto:%22maximiliano.pgc@iphan.gov.br%22 ou pelo telefone (21) 2220-8485.

sábado, 14 de junho de 2008

Poema.Acto






«Tu dás-me a tua mesa, descerras na vastidão da terra a carne transcendente.
E em ti principiam o mar e o mundo.»


Herberto Helder










Tributo ao génio artístico de Amy Winehouse
Como um cristal debaixo da pata de um elefante, a imagem vítrea desta mulher ...
esmagada sob o peso de milhares de pessoas, no in.imaginável "espectáculo" Rock in Rio, afligiu-me até ás lágrimas. Até ás lágrimas.
Apeteceu-me pegar-lhe ao colo ...


Flores para Amy





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Coisas comuns

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O sossego é, em grande parte, uma expressão espiritual de segurança. Sossegar é saber com o que se conta, desde o azul do céu aos irmãos. O coração sossega em quem se conhece. Sossegar é conhecer uma totalidade, as coisas feias ou bonitas, mas previsíveis e familiares. É por isso que sossega olhar para um rosto amado, que se conhece, ouvir a voz dessa pessoa, mesmo quando está a dizer disparates. Não há falinhas mansas que tragam o sossego dos gritos duma pessoa com quem se pode contar. É um alívio. Só a ordem pode sossegar, por muito alterosa que seja. A tempestade sosssega o marinheiro que conhece bem o barco e o mar.






Miguel Esteves Cardoso, in Verbos Irregulares

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sexta-feira, 13 de junho de 2008


Auto-retrato de René Magritte (1898-1967): Delírio Surrealista e pensamento mágico




Há uma torneira sempre a dar horas
há um relógio a pingar no lavabos
há um candelabro que morde na isca
há um descalabro de peixe no tecto

Há um boticário pronto para a guerra
há um soldado vendendo remédios
há um veneno (tão mau) que não mata
há um antídoto para o suicído de um poeta

Senhor, Senhor, que digo eu (?)
que ando vestido pelo avesso
e furto chapéu e roubo sapatos
e sigo descalço e vou descoberto.


"Quiproquó" Arménio Vieira (poeta Caboverdiano)





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Centro de Estudos de Etnologia Portuguesa





Fundado em 1994, o Centro de Estudos de Etnologia Portuguesa é uma unidade interdisciplinar de investigação. Resultou do desejo manifestado por um conjunto de investigadores que, ao longo do tempo, se institucionalizou progressivamente, na base de permutas teóricas, metodológicas e de instrumentos de trabalho utilizados nas pesquisas individuais. Deste modo se constituiu um campo de experiências colectivas e um terreno de aplicação de competências específicas e se delimitou um quadro institucional favorável ao encontro com outros investigadores, ao estabelecimento de complementaridades com outras unidades de investigação e à prestação de serviços à comunidade. O CEEP conta com investigadores de diferentes gerações, com proveniências, formações e percursos variados. Ao longo dos últimos anos tem apoiado investigadores portugueses e estrangeiros, oriundos de diferentes instituições, no âmbito das suas teses de mestrado e doutoramento.



Novo número da Revista Arquivos da Memória




Call for Papers Arquivos da Memória

Número 5 (Nova Série)



Centro em Rede de Investigação em Antropologia




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quinta-feira, 12 de junho de 2008

Museus e Património Imaterial. Registo e transmissão



Colóquio
Ecomuseu Municipal do Seixal – 27 Junho 2008



Para além da salvaguarda de testemunhos físicos da actividade humana, o Museu tem por missão essencial a documentação dos processos que estão na origem desses objectos, constituindo tal conhecimento condição frequente para a adequada conservação dos mesmos. Em determinados casos, o Museu assume-se mesmo como único garante da transmissão de saberes e modos de fazer relativos à utilização de equipamentos marcados pela obsolescência tecnológica e cuja relevância os deslocou em definitivo do domínio produtivo para o da história das técnicas.

Tais são os desafios com que se defronta um crescente número de museus, não apenas os dedicados ao universo da cultura tradicional popular em sentido estrito, o que mais directamente se constitui como objecto da Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, mas muitos outros, na esfera da ciência das técnicas, da arqueologia industrial e da história local.

Constituindo a documentação e o registo de conhecimentos e técnicas uma das componentes primaciais da salvaguarda do Património Cultural Imaterial, no Colóquio serão colocados em confronto temas, projectos e metodologias de âmbito diverso, com vista à interrogação dos desafios, das possibilidades, mas também dos limites que se colocam a esse mesmo processo de salvaguarda.



Organização Inscrições:

Instituto dos Museus e da Conservação
Departamento de Património Imaterial
Tel: 21-365 08 65 w Email: dpi@imc-ip.pt w http://www.ipmuseus.pt/

domingo, 8 de junho de 2008


O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...

Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.


Jorge de Sena

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sábado, 7 de junho de 2008

o Eixo do holocausto, o Eixo do exílio e o Eixo da continuidade

Este mar de rostos de ferro enferrujados lembra um pesadelo, fornecendo a última das sensações do museu: dor

Berlim Museu Judaico: Fortaleza das Sensações



arquiteto: Daniel Libeskind




Fonte : http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4.asp?pagina=Artigos&cod_item=986


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Fotografia Katia Chausheva
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segunda-feira, 2 de junho de 2008


Luís Miguel Cintra. Prémio Troféu Latino 2008
Algumas palavras ... toda a diferença


( ... ) Não quero ser aquilo que no actual mercado de espectáculos melhor se vende: um encenador/autor. O meu trabalho, quer como actor quer como encenador, é o de um intérprete, o meu prazer é o de entender os outros, passados e presentes, e de com os outros conviver. Para mim fazer teatro é isso. Uma maneira de comunicar. Não quero fazer obra, nem a fiz. É um ofício que entendo como político mas que é ainda menos obra que a obra dos políticos, que ditam leis e têm poder. O trabalho do teatro é efémero e modesto. Fica só na memória dos outros, de alguns outros. Já me basta.Tudo nos empurra neste momento para viver em falso, para viver como não somos, para a arte de enganar, para nos colarmos a um uniforme que nos pode trazer sucesso.Como dizia uma personagem do Don Carlos de Schiller que acabámos de representar, "Os interesses da minha inteligência voltam-se apenas para um círculo: e esse é o da dignidade humana."




Fotografias http://www.stevenkenny.com/index.html

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ANTES DO NOME



Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",
o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensível
muleta que me apoia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infreqüentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.

Adélia Prado


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Fotografia http://www.stevenkenny.com/index.html







É triste ser vampiro, mas
está-me na natureza o apetite;
vou-me esquecer agora do limite
que me impus noutra hora mais discreta,
dar-me todo à fome, e devorar-te
sem teia, nem fio, nem arte.



in Aracne (Assírio & Alvim), poema de António Franco Alexandre




Leia mais nesta Orgia literária






domingo, 1 de junho de 2008

" Estrela " - Uma burra minha conhecida ... (Fotografia de Fábio Vicente)



O belo é o supérfluo, o que não tem o seu fim em si, a flor da vida

"Vida de Dom Quixote e Sancho", Unamuno , Miguel



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11 burros caem no estomago vazio (excerto)







O realizador Tiago Pereira esteve, no passado Sábado, no Museu do Trabalho Michel Giacometti ... Excelente ! Ficou de voltar "a cavalo num burro". Danças e andanças ...


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