quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Os poetas e os museus

Museu de tudo

João Cabral de Melo Neto (1920 - 1999)

Este museu de tudo é museu
Como qualquer outro reunido;
Como museu, tanto pode ser
Caixão de lixo ou arquivo.
Assim, não chega ao vertebrado
Que deve entranhar qualquer livro:
É depósito do que aí está,
Se fez sem risca ou risco

http://www.revista.iphan.gov.br/secao.php?id=3&ds=19


Personalidade sensível, obsessiva, angustiada e fascinante. O poeta e diplomata João Cabral de Melo Neto recebeu inúmeros prêmios literários importantes como o New Stadium International Prize, em 1992, nos Estados Unidos e na Espanha, em 1994, o prêmio Rainha Sofia de Poesia pelo conjunto de sua obra. Além disso João Cabral foi, durante vários anos, um dos fortes candidatos ao Nobel de Literatura, mas estes fatos não abalaram ou comoveram o escritor que não acreditava em vitórias literárias.

Coerente com sua idéias, João Cabral não gostava de dar entrevistas e receber homenagens. Em 1968, quando sua original poesia ainda provocava impacto nos meios literários, o sempre polêmico Cabral, num depoimento para o disco " Cabral por ele mesmo", chegou a afirmar que se considerava um marginal da poesia luso-brasileira ao definir-se como poeta.Ouça:
Depoimento de João Cabral sobre sua poesia em gravação de 1985 para a Som Livre Como ouvir?

Nos últimos anos de sua vida ele estava quase cego (o que o impedia de ler e escrever ) e enfrentava muitos problemas de saúde. Mesmo assim o poeta continuava com grande vitalidade intelectual. Exigente e corajoso, nunca se sentia plenamente satisfeito como criador. Considerava que sua obra estava ainda em processo. Poesia é risco, costumava avaliar.Veja:
Depoimento gravado em 1997 - o poeta reavalia sua declaração de 1985 150k 56k Como ouvir?

in http://www.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/joaocabral/joaocabral1.htm



4 comentários:

  1. Gosto muito da poesia deste brasileiro. No entanto, tendo trabalhado muitos anos em Portugal, nunca se inspirou para escrever qualquer coisa sobre o país (pelo menos as suas obras completas nada incluem).

    ResponderEliminar
  2. interessante o teu espaço.
    interessante tu.
    prazer em estar aqui.

    ResponderEliminar
  3. e olha, isabel, não sou uma jovem professora, levo 24 anos de carreira e comecei aos 24. soma tudo e verás que já passei por muitas coisas. nunca como agora.
    outro beijo.

    ResponderEliminar

Seguidores

Povo que canta não pode morrer...

Arquivo do blogue

Pesquisar neste blogue