quarta-feira, 21 de novembro de 2007


Em busca do infinito-pessoal perdi-me em Sintra ...



entranhei-me no Lawrence's , e fiquei AQUI a peregrinar "" no lugar em que Lord Byron foi um dos seus hóspedes famosos, durante um Verão onda consta ter escrito parte do poema «Childe Harold’s Pilgrimage», com algumas estrofes dedicadas a Sintra. O poeta romântico viu o Glorious Eden, num encantamento igualmente experimentado por Bulhão Pato, Camilo, Herculano, Oliveira Martins ou Ramalho Ortigão. O "variado labirinto de montes e vales" que inflamou o romantismo de Byron, e que Eça descreveu com a mesma paixão, através do olhar de uma personagem de Os Maias: "... E de ali olhava a rica vastidão de arvoredo cerrado, a que só se vêem os cimos redondos, vestindo o declive da Serra como o musgo veste um muro.". Com este espírito me instalei por uns momentos no Lawrence's – onde tudo cheira a história e literatura – o mais antigo hotel da Península lbérica e uma das mais antigas hospedarias da Europa, que tem o privilégio de usufruir essa paisagem única, justamente considerada património da humanidade, e de partilhar sentimentos com alguns dos maiores vultos da cultura dos séculos XIX a XX. Passaram por ali rainhas e chefes de Estado. Ali se deleitou William Beckford. Ninguém pode ficar indiferente perante tal beleza, nem esconder a sensação que ela desperta. E, nesse espaço fascinante, ainda há oportunidade para fruir outros prazeres, designadamente os da boa mesa. Cabe convocar Júlio César Machado ("Machadinho", "Le Petit Machado", "Literato Janota" ou "Folhetimfex Maximus", como lhe apelidou Ramalho), quiçá o mais afamado folhetinista da Lisboa dos finais do século XIX, que confessava: "... Quando quero supor-me em Londres por alguns dias, vou simplesmente para o hotel Lawrence, em Sintra (...). Quando em qualquer terra houver seis hospedarias, e uma delas for inglesa, há-de ser esta onde mais se coma, onde se bebe melhor, onde haja um criado mais activo, a onde mais se conserva o respeito pelo confortable!..."".



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segunda-feira, 19 de novembro de 2007


A única teofania possível da época
contemporânea
é o corpo desvelado.
Os que estão nos templos
em frente às imagens
e os que estão nos computadores
em frente aos écrãs


aguardam todos pela aparição dos
mesmos deuses,

a revelação da carne.

A carne transfigurada pela fantasia
é a própria visitação do espírito ao

mundo.

Eu quero a tua carne, exposta,
crucificada,
cruzamento da eternidade
com o tempo.




Poema
de Vitor Oliveira Jorge
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domingo, 18 de novembro de 2007


Estava, agora mesmo, a ligar-te ... _________________________________________




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sábado, 17 de novembro de 2007

“E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros. E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.”


Haruki Murakami

in 'Kafka à Beira-Mar'



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MUSEU DO POBO GALEGO


Segundo foro do Instituto de Estudos das Identidades

Nesta ocasión o tema é Inmigración, Cidadanía e Identidade.

Pódese acceder a el desde o noso sitio www.museodopobo.es ou directamente no enlace
http://foro.imaxin.com/ .

En canto rexistrados no primeiro foro non necesitades facelo de novo, e podedes acceder co mesmo nome de usuario e contrasinal do foro anterior.

Por favor, espallade a existencia do foro entre aqueles que poidan estar interesados en participar no mesmo, co fin de acadar a maior participación posible nesta fase virtual.

Oportunamente informaremos da celebración da sesión presencial, prevista para o 12 de decembro.





Materiais para o debate :

Representación criminóxena do inmigrante
José Luis Alba Robles

Galicia: de pobo emigrante a espazo de acollida
Xosé Luis Barreiro Rivas

Inmigración e identidade en Galicia
Miguel Anxo Santos Rego

A inmigración en Galicia. Patróns demográficos e identitarios
Antonio Izquierdo Escribano

Muller, inmigración e identidade
Gema Martín Muñoz


quinta-feira, 15 de novembro de 2007


Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?




" Traduzir-se " de Ferreira Gullar


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terça-feira, 13 de novembro de 2007

Pintura, "Great Wall" de Zhang Lin Hai



"Fist Power" Oil Paintings . Zhao Fang



tai chi chuan chinois, équilibre et rapidité, force souplesse, énergie yin et yang . . .






domingo, 11 de novembro de 2007


Morning
Edward Grieg



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Colhidas, neste verão, num jardim de boa memória.
E ... falámos dela e dos " Brincos de princesa "






Demoradamente
A regar afectos ...





















Comuns._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

En(luto)-me

in www.aca-m.org
anscrevo excerto deste texto remarcável, não assinado. Impressionou-me tanto esta tragédia ... )


"Uma tragédia à espera de acontecer"


Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Chico Buarque de Holanda


Frente à Estação Fluvial do Terreiro do Paço, deu-se há (...) dias um
atropelamento trágico e revoltante.
Três pessoas foram varridas por uma automobilista
que fazia o que muitos
outros fazem, todos os dias, em muitos locais de Lisboa: circulava em
excesso de velocidade.
Aparentemente, não acusava álcool no sangue, nem
traço de drogas.
O carro descontrolou-se, porque talvez ela se tenha
distraído por um momento: acendia um cigarro, ligava o rádio, mudava o
CD.
Ou talvez viesse simplesmente a falar ao telemóvel.
Como muitos outros (*) automobilistas fazem .
Todos os dias.
As três vítimas – Filipa, Neuza e Rufina – estavam no local errado,
à
hora errada?
Sim, porque o local está todo errado,
e porque a hora era a do fim do divertimento de uns
e do princípio do trabalho para outros.
O lusco-fusco...


(*) e eu ... também já fiz isto tudo.
Excepção para o cigarro,
já fiz isto tudo ...
É arrepiante.


terça-feira, 6 de novembro de 2007




clicar em cima do convite para ampliar


Recebi agora da minha amiga Ana (ela não assinou ... mas eu adivinhei-lhe os passos), este comentário :

"Tanta foto, tanta informação sobre museus, tantos textos...mas a informação sobre a exposição em Cascais, nada...«lapsus??» ou é mesmo esquecimento?"

Fiquei contente com a passagem sorrateira pelas folhas do caderno, e ...
para que conste, aqui fica o convite virtual ( líndissimo, a iluminar as páginas do caderno ...) para a inauguração desta exposição sobre " A vinha e o vinho em Carcavelos ", comissariada pela Ana Duarte, experiente museóloga e excelente investigadora, com quem tive o gosto de trabalhar, durante vários e inesquecíveis anos, em diversos projectos e estudos, nomeadamente o programa de musealização e de extensão cultural do Museu do Trabalho Michel Giacometti.

Deixo-vos o convite ... certa de que a visita a esta exposição será uma boa escolha. Compromissos impedem-me de abraçar a Ana, no próximo dia 9, ao fim da tarde, como gostaria ...
mas ... fica o convite para a exposição e ...
os contactos da autora :

Ana Duarte Baptista Pereira
Divisão de Museus
Câmara Municipal de Cascais
Rua do Farol - Casa de Santa Maria
2750 - Cascais
Tel. 214815383 - Ext. 4383
917484228
ana.m.pereira@cm-cascais.pt



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segunda-feira, 5 de novembro de 2007


Fotografia http://www.renes.com.pl/wystawy/Wantuch/skorowidz.html

Manufacturamos Realidades


Damos comummente às nossas ideias do desconhecido a cor das nossas noções do conhecido: se chamamos à morte um sono é porque parece um sono por fora; se chamamos à morte uma nova vida é porque parece uma coisa diferente da vida. Com pequenos mal-entendidos com a realidade construímos as crenças e as esperanças, e vivemos das côdeas a que chamamos bolos, como as crianças pobres que brincam a ser felizes. Mas assim é toda a vida; assim, pelo menos, é aquele sistema de vida particular a que no geral se chama civilização. A civilização consiste em dar a qualquer coisa um nome que lhe não compete, e depois sonhar sobre o resultado. E realmente o nome falso e o sonho verdadeiro criam uma nova realidade. O objecto torna-se realmente outro, porque o tornámos outro. Manufacturamos realidades. A matéria-prima continua a ser a mesma, mas a forma, que a arte lhe deu, afasta-a efectivamente de continuar sendo a mesma. Uma mesa de pinho é pinho mas também é mesa. Sentamo-nos à mesa e não ao pinho. Um amor é um instinto sexual, porém não amamos com o instinto sexual, mas com a pressuposição de outro sentimento. E essa pressuposição é, com efeito, já outro sentimento.



Fernando Pessoa, in 'O Livro do Desassossego'


Mais Reflexões deste Autor

fotografia Ira Bordo


Zôo

Ferida pela beleza,
acre cheio de zoológico,
eu vou morrer de prazer pela beleza.


(Possuem todas as folhas
minhas línguas verdes,
e carregada de imagens
bebo no silêncio as ausências todas
com o coração cheio de dardos).


Faz a guerra do amor, monstro sereno,
que do futuro me lembro vagamente


Poema de Olga Savary

sábado, 3 de novembro de 2007


Salzburg 2007 - Fotografia Frioleiras
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Ígneo desejo audaz, que em mim sustento,
Mancha o puro candor das mãos mimosas,
Os olhos cor dos céus, a tez de rosas,
E o mais, onde a ventura é um momento.


(...)


in «Obra Completa Volume I * Sonetos»,
Ed. Caixotim (extracto Soneto 9)
Bocage









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sexta-feira, 2 de novembro de 2007


Fotografias de Don Hong-Oai
in
Memórias fotográficas





Não me acordes

A noite deita-se comigo
na fenda do tempo

Os dedos do luar
penteando os cabelos do sonho

Oh, meu amor
podes passar pelo meu sonho
podes ficar no meu sonho
mas não me acordes




quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Entre Eros e Tanatos - Tudo o que somos ... neste livro que se recomenda

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" Pormenor do altar do Arco de Sant`ana, Porto " - Fotografia de Sérgio Jacques






A carnavalização da vida e da morte em, "Como Água para Chocolate":

imaginário feminino e identidade
Por Egle Pereira da Silva - eglesilva@hotmail.com



Esta reflexão toma como ponto de partida o livro "Como Água Para Chocolate", da escritora mexicana Laura Esquivel e os conceitos de carnavalização de Mikhail Bakhtin, morte de Philippe Ariès e erotismo em Bataille para questionar o papel da família e de certas tradições e costumes milenares na construção das identidades e do imaginário feminino, traçando um breve perfil da história e das festas mexicanas, como forma de identificação da cultura nacional e da própria mulher, que restrita ao espaço da cozinha tem no alimento o resgate de sua sexualidade.


http://www.cfh.ufsc.br/fazendogenero/grupos/grupos48.htm

quarta-feira, 31 de outubro de 2007



I Encontro de Antropologia do Norte de Portugal
e da Galiza
"Homenagem a Xesús Taboada Chivite"
8, 9 e 10 de Novembro de 2007
Chaves

Objectivos e Metas
- Criar um espaço de pensamento e encontro transfronteiriço entre Portugal e Espanha, particularmente entre os antropólogos. - Reflectir sobre a situação académica e profissional da antropologia em Portugal e na Galiza. - Realizar uma homenagem a um antropólogo que trabalhou na Galiza e em Portugal. - Criar um campus transnacional, internacional e transfronteiriço.- Pensar as relações ibéricas transfronteiriças. - Ultrapassar o viver de costas. - Achegar ao público em geral investigações dispersas
Isabelle Huppert : Distance and desire
A cinematico-theatrical evocation




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terça-feira, 30 de outubro de 2007


Há nos acordes imprecisos desta Aurífera arte de impressionar
uma sintonia, quase divina, com "o transe poético" de Adélia Prado.

Impressões . Impressionistas.


"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta."



© Projeto Releituras
Arnaldo Nogueira Jr


http://www.releituras.com/aprado_bio.asp

Memoria en campo abierto

El Coloquio de Mas de las Matas, 10 y 11 de Noviembre


Memoria en campo abierto
El Sueño Igualitario

4º Coloquio "El republicanismo en la historia de Teruel"

Los canadienses del Batallón Mackenzie-Papineau en la plaza mayor de Mas de las Matas hace 70 años

Las políticas públicas de la memoria a estudio

Temas de las intervenciones:

- Panorama de la exhumación de fosas y búsqueda de desaparecidos
- La preservación de los espacios memoriales
- El acceso público a las fuentes documentales y los archivos
- El reconocimiento de la nacionalidad a los brigadistas
- La reparación a las víctimas y el apoyo a sus asociaciones
- La presencia de símbolos y monumentos
- Conclusiones del Coloquio Internacional de Barcelona
- Reflexiones en torno al Proyecto de Ley

** Presentación de diversos proyectos apoyados por el programa Amarga Memoria del Gobierno de Aragón
- becas de investigación
- iniciativas de ayuntamientos y asociaciones

** Participarán interviniendo responsables de instituciones, entidades y expertos memorialistas de Cataluña, Comunidad Valenciana, Navarra, País Vasco y Aragón

** Exposición de fotografía y vídeo “Maquis 1940-1952. Lugares de la memoria”

** Presentación de libros y pase de documentales editados recientemente

La próxima semana comunicaremos el programa completo con intervinientes y horarios.

La inscripción es gratuita.

Los interesados podéis contactar yá con nosotros:


Cuadernos de Cazarabet http://www.elmasino.com/cazarabet/
Contenidos consultables en la página http://www.elmasino.com/cazarabet/esi/45/

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A ALTER(MUSEOLOGIA) CONTRA A INDIFERENÇA

Tribuna aberta " Museu forum de cidania no mundo " - Sessão Clube Setubalense
Hugues de Varines no Museu do Trabalho





Tudo filmado para memória futura. Disponível no Centro de documentação do Museu do Trabalho.

No Museu do Trabalho Michel Giacometti










http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=62698



O XII Atelier MINOM, encerrou há poucas horas e superou as melhores expectativas.
Foi um verdadeiro forum de ideias. Uma tribuna aberta à discussão do pensamento museológico, por uma Museologia fraterna e socialmente comprometida.
Por uma Nova Museologia " quente " e inquietante.

Representantes de onze países, da Europa, África e América, trouxeram as suas reflexões e experiências.

Desta ampla tribuna inter.museo(lógica), emergiram ideias, recomendações e ousadas propostas, nomeadamente a revisão dos conceitos de " Território ", "Património" e " Identidade ", trilogia fundadora da Nova Museologia que, nas últimas décadas, se foi tornando ambígua e perdendo operacionalidade, face à globalização, mobilidade das pessoas, novos suportes de comunicação e partilha do conhecimento.
Como se define, hoje, Território na hibridez dos terrenos (materiais e imateriais) em que nos georeferenciamos ?
De que falamos quando nos referimos a Identidade (pela Identidade se mata, pela Identidade se morre) ?
Qual o significado de Património ( e que Patrimónios ...) ?

Foi colocado o enfoque nos propósitos da acção museológica, nem tanto na forma, sabendo-se que, por vezes, caminhos aparentemente convencionais conduzem a luminosas clareiras, enquanto outros auto-proclamados "novos", apenas lhe vestem a forma (caso de alguns Eco-Museus, a que se referiu a presidente da federação dos ecomuseus de França, que cristalizaram, afastando-se dos propósitos da mudança social, desenvolvimento sustentado e participação dos cidadãos, que originariamente estiveram nos propósitos da sua criação.)

Defendida a emergência de políticas públicas centradas na Cultura e na Memória.

Saíu reforçada a ideia de compromisso entre os museus e os movimentos sociais.
Sabendo-se que os museus são sempre instrumentos de poder (resta saber a quem servem num determinado momento e contexto).

Posicionamento claro da Nova Museologia, face aos problemas das comunidades, favorecendo os propósitos do desenvolvimento sustentado na linha do
altermundismo



Pierre Mayrand (Québec), um dos fundadores do MINOM, apresentou um manifesto de quase insubordinação, vestindo metaforicamente a pele do leão para defender uma "Altermuseologia " contra a indiferença e o autismo dos museus tradicionais, face aos gravíssimos problemas que afectam, hoje, as pessoas, as comunidades e a liberdade dos indivíduos, em todo o mundo.

Valeu !

O próximo atelier MINOM, em 2009, na América Latina, centrado nas Museologias alternativas ?

Tudo leva a crer que sim ...



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quinta-feira, 25 de outubro de 2007


A 12 horas do início do XII Atelier Internacional do MINOM, sob o lema " Museus e sociedade"
http://www.minom-icom.net/
caminho, cerimoniosamente, por este tapete de flores, que me foi agora, simbolicamente lançado por A.B., do outro lado do Atlântico :

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Daqui do Funchal, aquele abraço de saudade.

Vai também, para todos aqueles que preparam o MINOM um bem hajam, e um tapete de flores que são uma expressão artística do povo madeirense, executados com flores, pétalas, folhagens e outros materiais vegetais do nosso património florístico (...) os desenhos e os efeitos pretendidos têm evoluído ao longo dos tempos.

É esta espécie de passadeira vermelha digital e toda a carga simbólica destes extensos mantos florais que te envio hoje,desejando a todos muitas felicidades.

A.B.



Canto-(a).de.cor _______________ só.para.mim ___________________________________ em tempos foi.de.embalar


Canção de Madrugar - Hugo Maia de Loureiro
Festival RTP da Canção, 1970
LETRA: JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS
ORQUESTRAÇÃO: THILO KRASSMANN
DIR. DE ORQUESTRA: JORGE COSTA PINTO



DE LINHO TE VESTI
DE NARDOS TE ENFEITEI
AMOR QUE NUNCA VI
MAS SEI.
SEI DOS TEUS OLHOS ACESOS NA NOITE
SINAIS DE BEM DESPERTAR
SEI DOS TEUS BRAÇOS ABERTOS A TODOS
QUE MORREM DEVAGAR
SEI MEU AMOR INVENTADO QUE UM DIA
TEU CORPO PODE ACENDER
UMA FOGUEIRA DE SOL E DE FÚRIA
QUE NOS VERÁ NASCER.
IREI BEBER EM TI O VINHO QUE PISEI
O FEL DO QUE SOFRI E DEI
DEI DO MEU CORPO UM CHICOTE DE FORÇA
RASEI MEUS OLHOS COM ÁGUA
DEI DO MEU SANGUE UMA ESPADA DE RAIVA
E UMA LANÇA DE MÁGOA
DEI DO MEU SONHO UMA CORDA DE INSÓNIAS
CRAVEI MEUS BRAÇOS COM SETAS
DESCOBRI ROSAS ALARGUEI CIDADES
E CONSTRUÍ POETAS
E NUNCA TE ENCONTREI
NA ESTRADA DO QUE FIZ
AMOR QUE NÃO LOGREI
MAS QUIS.
SEI MEU AMOR INVENTADO QUE UM DIA
TEU CORPO PODE ACENDER
UMA FOGUEIRA DE SOL E DE FÚRIA
QUE NOS VERÁ NASCER

ENTÃO:
NEM CHOROS, NEM MEDOS, NEM UIVOS, NEM GRITOS,
NEM PEDRAS, NEM FACAS,
NEM FOMES, NEM SECAS, NEM FARSAS,
NEM FORCAS, NEM FARPAS, NEM FERAS,
NEM FERROS, NEM CARDOS, NEM DARDOS,
NEM TREVAS, NEM GRITOS, NEM PEDRAS, NEM FACAS,
NEM FOMES, NEM SECAS, NEM FARSAS,
NEM FORCAS, NEM FARPAS, NEM FERAS,
NEM FERROS, NEM CARDOS, NEM DARDOS,
NEM MAL
CULTURAS HÍBRIDAS : Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade

Nestor Garcia Canclini
Coleção Ensaios Latino-Americanos

Néstor García Canclini é filósofo e antropólogo argentino radicado no México. Doutorou-se na Universidade Nacional da Prata e na Universidade de Paris. Foi professor da Universidade da Prata e da Universidade de Buenos Aires. Atualmente, é professor e investigador da Universidade Nacional Autônoma do México, Unidade Iztapalapa, onde dirige o Programa de Estudos sobre Cultura.

Veja Também:

AMÉRICA LATINA NO SÉCULO XIX
OS INTELECTUAIS E A INVENÇÃO DO PERONISMO
À SOMBRA DA REVOLUÇÃO MEXICANA

Como entender o encontro do artesanato indígena com catálogos de arte de vanguarda sobre a mesa da televisão? Em busca de uma resposta a essa indagação emblemática, Néstor Canclini analisa a cultura nos países da América Latina levando em conta a complexidade de relações que a configuram na atualidade: as tradições culturais coexistem com a modernidade que ainda “não terminou de chegar” por aqui. Neste livro, são apresentadas suas reflexões sobre o fenômeno da hibridação cultural nos países latino-americanos, procurando compreender o intenso diálogo entre a cultura erudita, a popular e a de massas, e sua inserção no cenário mundial. Para empreender a análise, Canclini lança mão de uma abordagem interdisciplinar e de um tratamento intercultural do tema, cumprindo sua tarefa com notável desenvoltura. Néstor Canclini propõe um interessante caminho de reflexão sobre o fenômeno da “hibridação” cultural nos países latino-americanos.

terça-feira, 23 de outubro de 2007


Fotografias http://www.darrenholmes.com/




Ser tigre

O tigre ignora a liberdade do salto
é como se uma mola o compelisse a pular.

Entre o cio e a cópula
o tigre não ama.

Ele busca a fêmea
como quem procura comida.

Sem tempo na alma,
é no presente que o tigre existe.

(...)





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Arménio Vieira, Cabo Verde, 1999.
in Poesia Autores Africanos

sábado, 20 de outubro de 2007


Fotografia de João Castela Cravo

Os museus conservam (?)

Un article paru dans le numéro 32 (Agosto-Setembro 2004) de Ecomuseu Informação, Boletim Trimestral do Ecomuseu Municipal do Seixal.

Nous le remercions de l'autorisation de reproduire

ce texte. interactions-online



Il traite de cette question fascinante, qui n'apparaît que rarement dans les manuels ou les traités de muséologie: pourquoi conserver ?


Para que o leitor não crie falsas expectativas face a um título que parece provocatório (ou, simplesmente, “non-sense”) e possa decidir passar à página seguinte, dizemos-lhe já ser reduzida a nossa sabedoria e pouquíssima a apetência para debates teóricos – a acção, informada, consciente e responsável tem matéria que baste à nossa capacidade de reflexão, pelo que os deixamos àqueles que sabem duplamente fazê-lo: porque detêm um profundo conhecimento e sabem comunicá-lo, como é o caso do Professor e Engenheiro Luis Elias Casanovas, de quem aconselhamos vivamente a leitura do artigo “Conservar ou “des-Conservar”, publicado no Boletim da Rede Portuguesa de Museus (Set. 2003, 9: 9-11).

Vem este preâmbulo a propósito de duas ideias, certamente incompreensíveis para o comum dos mortais, isto é, para as pessoas e comunidades onde, com quem, de quem e para quem vivem (é mesmo este o verbo) os museus e os que neles trabalham. Contudo, ao que vamos ouvindo e lendo, este par de ideias é cientificamente estimulante para intelectuais e/ou cientistas que almejam mudanças de paradigma – “os museus não precisam de objectos”, dizem alguns; “os objectos não precisam dos museus”, dizem outros!

Não procuraremos comentar nenhuma delas em particular, mas algo de comum a ambas: o esvaziamento ou mesmo desaparecimento da conservação enquanto função museal, entendendo que ela se dirige aos “objectos”, no sentido lato de “bens materiais”, e que, mais do que destino, é da natureza destes o desaparecerem, serem destruídos, morrerem.

No entanto, tudo parecerá menos simples se pensarmos nos objectos não como realidades únicas, individuais, imutáveis, mas como entidades que partilham atributos com outras suas semelhantes. Os estudos tipológicos parecem indicar, pelo contrário, que é grande a sua capacidade de transformação e sobrevivência, a que acrescem os fenómenos de aquisição de novos significados e de refuncionalização – uma panela partida usada, mesmo que em parte, como material de construção num muro, desapareceu? É outro objecto? É duas coisas ao mesmo tempo?

Para além disso, acontece que conservar, isto é, “manter em bom estado, não deixando que se estrague ou altere; fazer conservação; fazer continuar ou continuar a existir; não deixar desaparecer; não perder ou não deixar de ter; manter-se ou manter em certo estado; não deixar envelhecer” (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, Editorial Verbo, 2001), é o que fazemos todos os dias, indivíduos e sociedades, tanto no plano da natureza como no da cultura, compelidos pelo instinto, pela emoção, pela razão, frequentemente por oposição ao seu contrário (mudar, reformar, substituir, perder), muitas vezes divididos, às vezes arrependidos. O primeiro objecto com que temos esta conflituosa relação conservar/destruir é com a nossa própria memória, mas tê-mo-la também com os afectos e com os objectos que nos rodeiam, desejados ou impostos, pois ora parecem essenciais à sobrevivência física, à afirmação da personalidade ou à perpetuação da nossa memória (o que vamos deixar para que nos recordem depois de morrermos), ora se nos afiguram inúteis, sem sentido, acabando mesmo no caixote do lixo uns, no sótão do esquecimento outros.

O que somos, o que nos identifica, o que temos por referência, sejam crenças, valores ou bens materiais, é resultado de opções conscientes ou inconscientes de permanência e perda feitas pelos grupos sociais que nos precederem, e é exactamente isso o que fazemos nós próprios hoje, relativamente aos vindouros. Neste sentido, o museu (e antes dele e com ele outras entidades) não é mais do que uma criação social para ordenar e organizar este processo de perda de memória, e nesse facto reside, não sendo niilista, a sua responsabilidade.

Enfim, e voltando ao princípio, sendo os objectos materialização de memória, testemunhos de vida, “pedaços da alma das pessoas”, como dizia recentemente Hugues de Varine (“Ecomuseus: que perspectivas, em Portugal, na Europa”, Seixal, 30 de Abril de 2004), não se vê como é que museus e objectos, mesmo que estes sejam apenas uma de entre as várias formas de registo de memória com que o museu trabalha, possam ser realidades dissociáveis e, portanto, que os museus possam alguma vez demitir-se da sua função de conservar. Se o fazem, cumprindo o código deontológico a que estão obrigados, ou não, é outra questão, de que não vamos agora ocupar-nos; nem tão-pouco do modo como, entre a quase sacralização de uns e a menorização, a roçar o desprezo, por outros, os objectos são considerados tanto pelos museus como pelo público – o alargamento do conceito de Património não destronou de todo a ideologia da obra prima, a sobrevivência da História de heróis.

Aproximámo-nos do “conservar porquê” e “o quê”, falta o “como”. Retomando a etimologia da palavra e a analogia com a experiência de cada um, relativamente aos objectos que lhe são queridos, na maior parte dos casos é muito simples – “não perder ou não deixar de ter”, quer dizer pôr em lugar seguro para evitar roubos ou algum acidente; “manter em certo estado; não deixar envelhecer”, quer dizer arrumar bem, não deixar que o sol queime, a humidade crie bolor e as traças, o “peixinho de prata” ou outros bichos comam… as nossas cartas de namoro, aquela fotografia única do casamento dos nossos avós, a primeira roupa do bebé… E ainda explicar à nossa criança que não pode andar sempre a mexer-lhe, muito menos com as mãos sujas, nem dobrar ou atirar com aquelas coisas ao chão. Mas pode também acontecer que manter algo a funcionar, em vez de guardar quieto, seja mesmo a melhor maneira de conservar, tirando até daí alguma vantagem prática – é o caso da velha e belíssima máquina de costura que herdámos do avô alfaiate, ainda que o mesmo já não se possa dizer do ferro de engomar a carvão!

Em qualquer caso, temos de ir olhando de vez em quando, para evitar algum desastre mais ou menos irrecuperável.

Os museus têm, noutra escala, estes mesmos problemas para resolver e os mesmos princípios a seguir, chamando-se a isso “conservação preventiva”, para a distinguir de procedimentos mais complexos (“conservação activa” ou “curativa”) e com outras implicações, mas por vezes a única maneira de “salvar” os objectos.

A condição simultânea de fonte, independentemente da sua natureza (matéria, técnica, função, idade, proveniência, valor material e simbólico, etc.) e de veículo de transmissão de informação (histórica, económica, antropológica, técnica, artística, etc.) é a razão que justifica a conservação de um objecto. Tornar clara e eficaz a mensagem de que é portador é, porém, um objectivo só conseguido quando nele/para ele confluem todas as demais funções museais, com destaque para a investigação e a comunicação, como é o caso dos exemplos que escolhemos para ilustrar este pequeno texto – um tecto de madeira policromada do século XVIII e… pão.

Ana Luísa Duarte
Ecomuseu Municipal do Seixal
Torre da Marinha – 2840-409 Seixal – Portugal
Tél. +351 212276290
ecomuseu@cm-seixal.pt

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

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Seminário
Etnicidade e Racismo
Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS)
Instituto de Ciências Sociais
Universidade do Minho
Campus Gualtar
24 e 25 de Outubro de 2007
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Anfitetaro B1/CPII
Este seminário científico internacional, além de apresentar uma síntese dos resultados de um projecto sobre as relações interétnicas intitulado “Do racismo e da xenofobia ao multiculturalismo. Um estudo sobre minorias de origem africana e de etnia cigana no distrito de Braga (POCTI/SOC/103/2001), financiado pela FCT, já realizado e entregue a esta entidade, visa convocar para o debate outros especialistas nacioniais e internacionais que, tendo trabalhado nesta temática, poderão proporcionar uma comparação de resultados e sobretudo criar as bases para uma parceria de trabalho, implicando assim a internacionalização de estudos nesta área. Este encontro, sendo o primeiro de seminários programados, será conjugado com um segundo a realizar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, parceira no projecto.
Sendo um fenómeno moderno e, em especial, contemporâneo, o tema do racismo está na ordem do dia, quer em termos internacionais designadamente na Europa, quer, sobretudo, nos últimos anos, igualmente em Portugal, considerado por muitos como um país não xenófobo nem racista. Neste seminário, uma vez fornecida uma breve síntese dos resultados da investigação sobre a maioria autóctone, as comunidades ciganas, os grupos de imigrantes dos PALOP no distrito de Braga e as relações interétnicas entre os mesmos, o debate centrar-se-á mais em termos teóricos e históricos. Neste sentido desdobramos o debate nos seguintes aspectos: (a) enquadramento teórico: etnicidade e racismo; b) racismo e nacionalismo; c) estereótipos, processos cognitivos e normas sociais; d) migrações humanas: teorias e estudos de caso. Estes tópicos serão tratados pelos diferentes membros do projecto e terão o comentário e de um especialista nacional. No segundo dia a atenção será focalizado nas comunidades e racismo na óptica do Direito e dos media, nas identidades híbridas, na etnicidade e no multiculturalismo, nas relações entre estabelecidos autóctones e forâneos e suas mútuas representações na família, na escola e noutros espaços públicos e, por fim, o papel do Estado a respeito das relações interétnicas. Nesta II parte haverá contributos doutros investigadores de modo a proporcionar o debate e a comparação de resultados. Este seminário assumirá também um cariz de divulgação dos resultados de investigações, em particular da financiada pela FCT para estudantes de graduação e pós graduação, instituições governamentais, nomeadamente na Administração Interna tais como a Segurança Social, o Ministério da Saúde, a ACIME, as autarquias, dirigentes políticos, sindicatos, associações de e para imigrantes como SOS Racismo, Solidariedade Migrante outras organizações não governamentais e, de modo geral, sectores da dita sociedade civil.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Lembro-me como se fosse hoje ... fazia SOL, há vinte anos, no dia 18 DE Outubro. Estava fresco, mas fazia SOL ... e nada ficou como estava.

Fotografia de Sérgio Jacques (Troia 2005)
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Quando eu nasci,
Ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
Nem o Sol escureceu,
Nem houve Estrelas a mais...
Somente,
Esquecida das dores,
A minha Mãe sorriu e agradeceu.


Quando eu nasci,
Não houve nada de novo
Senão eu.


As nuvens não se espantaram,
Não enlouqueceu ninguém...


P'ra que o dia fosse enorme,
Bastava
Toda a ternura que olhava
Nos olhos de minha Mãe...


" Quando eu nasci " , Sebastião da Gama

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http://eroticidades.blogspot.com/

Fotografia: Lantos István

VIDA

A pintura da vida perfeita que nos impingem,
Indiferentes, inconscientes, intelectualmente indigentes,
Acríticos, conformados, resignados,
Olhos postos na TV.
O livre arbítrio num comando que nos controla,
A apatia que se cultiva e nos consola,
Não questionar, não contestar
Que a vida muda fazendo zapping,
Mudando o canal.
E a ilusão que se vive todos os dias,
A ilusão da liberdade
Uma utopia,
Condicionados, aprisionados
Normas, leis, regras, moral.
O tédio e a indiferença num sofá que acomoda,
Olhos vazios adorando um deus que é um ecrã.
E o dia de hoje e o dia de ontem sempre iguais
Nunca mudança,
Igual o passado ao dia presente,
Igual o futuro
O amanhã.



escrito por Encandescente
©Reservados os direitos de autor
Todos os Textos e poemas estão registados na Sociedade Portuguesa de Autores
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A
GENIAL , ENCANDESCENTE
PRE(SENTE)-
-NOS!
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A fazer SOL e a chover.
Sentes ?
Sente ...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

" EU SOU UMA PERGUNTA "


assim se autodefiniu a escritora e jornalista Clarice Lispector.


Este ano completam-se 30 anos de sua morte e da publicação de seu livro mais conhecido, “A hora da estrela” (desventuras da nordestina Macabêa)




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e a ‘pergunta’ persiste ...

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Manuel Bandeira (escritor e editor) escreve, em 1945, a Clarice :

“Você tem peixinhos nos olhos, você é bissexta. Faça versos, Clarice, e se lembre de mim. Você nunca é falante, barulhenta. O que você escreve nunca dói nem fere os ouvidos. Você sabe escrever baixo. E sua assinatura, Clarice, é você inteirinha: Clara... Clarinha... Clarice”.


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Gregory Rabassa, famoso tradutor de Gabriel Garcia Márquez, Jorge Amado, Mario Vargas Llosa e de Lispector, no seu livro de memórias, "If This Be Treason", descreve assim o seu primeiro encontro com Lispector, 40 anos atrás, numa conferência de literatura brasileira no Texas : "Eu fiquei pasmo ao conhecer aquela rara pessoa que se parecia com Marlene Dietrich e escrevia como Virginia Woolf"
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segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Praça da Ribeira, "Cubo" de José Rodrigues
Fotografia de Sérgio Jacques
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E o Porto aqui tão perto ...
do Sérgio e do Joel (peregrinos da minha amizade)
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Encanta-me o Porto. Tem uma escala palpável, palmilhável ...
uma densidade histórica que nos convida a entrar.
Depois, é tal a diversidade que acabamos por ficar.
É uma cidade amigável, doce.
Um belo sítio para a(portar).
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sábado, 13 de outubro de 2007


Sobre a autora Fatema Mernissi http://www.malostratos.org/mujeres/mernissi.htm


"Enquanto viajava pela Europa e Estados Unidos, promovendo o seu livro Sonhos Proibidos: Memórias de um Harém de Fez (já publicado pela ASA nesta mesma colecção), Fatema Mernissi ficou perplexa ao constatar que, para a maioria dos homens ocidentais, a simples menção da palavra “harém” provoca as mais voluptuosas fantasias sexuais, nas quais o homem consegue dominar mulheres vulneráveis cujo único objectivo é satisfazer-lhe os desejos. A realidade das culturas islâmicas é diametralmente diferente: o harém é visto como palco de arrojadas disputas pelo poder sexual. A mítica Xerazade, que contou histórias dignas de preencher Mil e Uma Noites, é disso um bom exemplo: através de uma sedução mais cerebral do que física, Xerazade usou a sua retórica apaixonada para maravilhar e dominar um sultão. As suas histórias eram a tal ponto subversivas que foram publicadas em árabe apenas um século depois da sua publicação em francês, e continuam até hoje a ser um dos alvos da censura muçulmana. “A Xerazade oriental é puramente cerebral. Nos contos originais, são raras as referências ao corpo de Xerazade, ao passo que a sua sabedoria é relatada até à exaustão”. A investigação de Mernissi denuncia uma sucessão de equívocos e mal-entendidos, e a misogenia, tanto Ocidental como Oriental, que limita a imaginação e dificulta a comunicação entre culturas. Ao convidar-nos a reconsiderar os aspectos mais enraizados na nossa cultura, O Harém e o Ocidente oferece-nos uma nova perspectiva sobre os temas e as ideias da cultura ocidental. "



texto e imagem

http://www.asa.pt/produtos/produto.php?id_produto=756352&origem=autor&id_autor=842

E eu, que nunca me emocionei com Augusto Gil, agora até cito a balada da neve ...



Ministry of social affairs - parental violence




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Some Kids wish their Parents were Animals

( ... ) mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor ?!
Porque padecem assim ?! ...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação entra em mim,
fica em mim presa.

(...)

Augusto Gil " Balada da neve " (excerto)

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Este anúncio foi premiado internacionalmente. Porque razão não passa na RTP - Televisão pública portuguesa ?

sexta-feira, 12 de outubro de 2007




Primeiros Encontros de Gestão Cultural

Blogosfera é cada vez mais usada para divulgar exposições de museus e atrair visitantes

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1307230&idCanal=14

A blogosfera é um universo na Internet a que recorrem cada vez mais pessoas ligadas aos museus, para divulgar exposições e outras actividades que atraiam visitantes, indicou hoje uma especialista em Lisboa, num encontro sobre gestão cultural.

Ana Pires, consultora nesta área, falava durante os Primeiros Encontros de Gestão Cultural/Fórum Cultura e Criatividade 07, que decorrem até sexta-feira no Museu Colecção Berardo, organizados pela Associação Portuguesa de Gestão Cultural (APGC), em parceria com a Agência Inova.

A especialista da Soft Limits - empresa que criou o site Matriz, com o inventário das colecções museológicas do Instituto Português de Museus - apontou que uma primeira análise deste fenómeno divulgada pela Rede Portuguesa de Museus (RPM), indica que existem actualmente 17 blogues com temas relacionados com a museologia.

"A Internet deixou de ser passiva e a blogosfera é um instrumento extraordinário para promover os museus, ligá-los entre si e atrair visitantes", salientou a consultora, acrescentando que os blogues são criados a título individual ou colectivo, por pessoas ligadas à área, grupos de amigos dos museus e até as próprias instituições.

Um blog é um registo na Internet criado por um ou vários autores com opiniões, informações e imagens, que tem a particularidade de ter actualizações muito frequentes e conter ligações à comunidade da blogosfera, criando uma rede em permanente comunicação.

(...)

Fonte : Lusa, 11.10.2007

quarta-feira, 10 de outubro de 2007


Fotografia http://zwir.ru/gallery/2004/2004.htm


Errante, fui cantando
entre as uvas
da Europa
e sob o vento,
sob o vento da Ásia.

O melhor das vidas
e da vida,
a doçura terrestre,
a paz pura,
fui recolhendo, errante,
recolhendo.

Com meu canto
ergui na boca
o melhor duma terra
e de outra terra:
a liberdade do vento,
a paz entre as uvas.

Pareciam os homens
inimigos,
mas a mesma noite
os cobria
e só uma claridade
os despertava:
a claridade do mundo.

___________

"As Uvas e o Vento" (1950-1953) Pablo Neruda, tradução Albano Martins.
Edição Campo das letras, 2007

Património histórico português no mundo

A Fundação Calouste Gulbenkian vai realizar um inventário sistemático do património histórico português construído no mundo, nos continentes americano, africano e asiático.
A equipa responsável por este projecto é dirigida pelo historiador José Mattoso, integrando nomes como Mafalda Soares da Cunha (Universidade de Évora), Renata Araújo (Universidade do Algarve), Walter Rossa (Universidade de Coimbra), Cláudio Torres (Campo Arqueológico de Mértola), Filipe Themudo Barata (Universidade de Évora) e o arquietco José Manuel Fernandes.
O projecto, pretende desenvolver, ao longo de dois anos, um trabalho de identificação e inventariação do referido património, que resultará em três volumes organizados por áreas geográficas - América, Ásia e África -, a editar cerca de um ano após a sua conclusão, ou seja, em 2010.

Fonte: Newsletter Setembro 2007, n.º 86 Fundação Calouste Gulbenkian
Publicado por " No Mundo dos Museus "

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