sábado, 20 de outubro de 2007


Fotografia de João Castela Cravo

Os museus conservam (?)

Un article paru dans le numéro 32 (Agosto-Setembro 2004) de Ecomuseu Informação, Boletim Trimestral do Ecomuseu Municipal do Seixal.

Nous le remercions de l'autorisation de reproduire

ce texte. interactions-online



Il traite de cette question fascinante, qui n'apparaît que rarement dans les manuels ou les traités de muséologie: pourquoi conserver ?


Para que o leitor não crie falsas expectativas face a um título que parece provocatório (ou, simplesmente, “non-sense”) e possa decidir passar à página seguinte, dizemos-lhe já ser reduzida a nossa sabedoria e pouquíssima a apetência para debates teóricos – a acção, informada, consciente e responsável tem matéria que baste à nossa capacidade de reflexão, pelo que os deixamos àqueles que sabem duplamente fazê-lo: porque detêm um profundo conhecimento e sabem comunicá-lo, como é o caso do Professor e Engenheiro Luis Elias Casanovas, de quem aconselhamos vivamente a leitura do artigo “Conservar ou “des-Conservar”, publicado no Boletim da Rede Portuguesa de Museus (Set. 2003, 9: 9-11).

Vem este preâmbulo a propósito de duas ideias, certamente incompreensíveis para o comum dos mortais, isto é, para as pessoas e comunidades onde, com quem, de quem e para quem vivem (é mesmo este o verbo) os museus e os que neles trabalham. Contudo, ao que vamos ouvindo e lendo, este par de ideias é cientificamente estimulante para intelectuais e/ou cientistas que almejam mudanças de paradigma – “os museus não precisam de objectos”, dizem alguns; “os objectos não precisam dos museus”, dizem outros!

Não procuraremos comentar nenhuma delas em particular, mas algo de comum a ambas: o esvaziamento ou mesmo desaparecimento da conservação enquanto função museal, entendendo que ela se dirige aos “objectos”, no sentido lato de “bens materiais”, e que, mais do que destino, é da natureza destes o desaparecerem, serem destruídos, morrerem.

No entanto, tudo parecerá menos simples se pensarmos nos objectos não como realidades únicas, individuais, imutáveis, mas como entidades que partilham atributos com outras suas semelhantes. Os estudos tipológicos parecem indicar, pelo contrário, que é grande a sua capacidade de transformação e sobrevivência, a que acrescem os fenómenos de aquisição de novos significados e de refuncionalização – uma panela partida usada, mesmo que em parte, como material de construção num muro, desapareceu? É outro objecto? É duas coisas ao mesmo tempo?

Para além disso, acontece que conservar, isto é, “manter em bom estado, não deixando que se estrague ou altere; fazer conservação; fazer continuar ou continuar a existir; não deixar desaparecer; não perder ou não deixar de ter; manter-se ou manter em certo estado; não deixar envelhecer” (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, Editorial Verbo, 2001), é o que fazemos todos os dias, indivíduos e sociedades, tanto no plano da natureza como no da cultura, compelidos pelo instinto, pela emoção, pela razão, frequentemente por oposição ao seu contrário (mudar, reformar, substituir, perder), muitas vezes divididos, às vezes arrependidos. O primeiro objecto com que temos esta conflituosa relação conservar/destruir é com a nossa própria memória, mas tê-mo-la também com os afectos e com os objectos que nos rodeiam, desejados ou impostos, pois ora parecem essenciais à sobrevivência física, à afirmação da personalidade ou à perpetuação da nossa memória (o que vamos deixar para que nos recordem depois de morrermos), ora se nos afiguram inúteis, sem sentido, acabando mesmo no caixote do lixo uns, no sótão do esquecimento outros.

O que somos, o que nos identifica, o que temos por referência, sejam crenças, valores ou bens materiais, é resultado de opções conscientes ou inconscientes de permanência e perda feitas pelos grupos sociais que nos precederem, e é exactamente isso o que fazemos nós próprios hoje, relativamente aos vindouros. Neste sentido, o museu (e antes dele e com ele outras entidades) não é mais do que uma criação social para ordenar e organizar este processo de perda de memória, e nesse facto reside, não sendo niilista, a sua responsabilidade.

Enfim, e voltando ao princípio, sendo os objectos materialização de memória, testemunhos de vida, “pedaços da alma das pessoas”, como dizia recentemente Hugues de Varine (“Ecomuseus: que perspectivas, em Portugal, na Europa”, Seixal, 30 de Abril de 2004), não se vê como é que museus e objectos, mesmo que estes sejam apenas uma de entre as várias formas de registo de memória com que o museu trabalha, possam ser realidades dissociáveis e, portanto, que os museus possam alguma vez demitir-se da sua função de conservar. Se o fazem, cumprindo o código deontológico a que estão obrigados, ou não, é outra questão, de que não vamos agora ocupar-nos; nem tão-pouco do modo como, entre a quase sacralização de uns e a menorização, a roçar o desprezo, por outros, os objectos são considerados tanto pelos museus como pelo público – o alargamento do conceito de Património não destronou de todo a ideologia da obra prima, a sobrevivência da História de heróis.

Aproximámo-nos do “conservar porquê” e “o quê”, falta o “como”. Retomando a etimologia da palavra e a analogia com a experiência de cada um, relativamente aos objectos que lhe são queridos, na maior parte dos casos é muito simples – “não perder ou não deixar de ter”, quer dizer pôr em lugar seguro para evitar roubos ou algum acidente; “manter em certo estado; não deixar envelhecer”, quer dizer arrumar bem, não deixar que o sol queime, a humidade crie bolor e as traças, o “peixinho de prata” ou outros bichos comam… as nossas cartas de namoro, aquela fotografia única do casamento dos nossos avós, a primeira roupa do bebé… E ainda explicar à nossa criança que não pode andar sempre a mexer-lhe, muito menos com as mãos sujas, nem dobrar ou atirar com aquelas coisas ao chão. Mas pode também acontecer que manter algo a funcionar, em vez de guardar quieto, seja mesmo a melhor maneira de conservar, tirando até daí alguma vantagem prática – é o caso da velha e belíssima máquina de costura que herdámos do avô alfaiate, ainda que o mesmo já não se possa dizer do ferro de engomar a carvão!

Em qualquer caso, temos de ir olhando de vez em quando, para evitar algum desastre mais ou menos irrecuperável.

Os museus têm, noutra escala, estes mesmos problemas para resolver e os mesmos princípios a seguir, chamando-se a isso “conservação preventiva”, para a distinguir de procedimentos mais complexos (“conservação activa” ou “curativa”) e com outras implicações, mas por vezes a única maneira de “salvar” os objectos.

A condição simultânea de fonte, independentemente da sua natureza (matéria, técnica, função, idade, proveniência, valor material e simbólico, etc.) e de veículo de transmissão de informação (histórica, económica, antropológica, técnica, artística, etc.) é a razão que justifica a conservação de um objecto. Tornar clara e eficaz a mensagem de que é portador é, porém, um objectivo só conseguido quando nele/para ele confluem todas as demais funções museais, com destaque para a investigação e a comunicação, como é o caso dos exemplos que escolhemos para ilustrar este pequeno texto – um tecto de madeira policromada do século XVIII e… pão.

Ana Luísa Duarte
Ecomuseu Municipal do Seixal
Torre da Marinha – 2840-409 Seixal – Portugal
Tél. +351 212276290
ecomuseu@cm-seixal.pt

19 comentários:

  1. acho que a conservação é muita coisa boa:

    1 - se eu tivesse mais amor-próprio e pachorra, passava mais tempo nessa nobre tarefa que é conservar-me...

    2 - em Berlin, não há muito peixe fresco, mas muitas conservas...

    3 - gosto de ir a Portugal e ver que os meus pais estão bem conservados :) (é mesmo do que mais gosto!)

    4 - com servas e servos se ergueu muito mundo, muitas memórias se construiram, muita cultura se fez...

    5 - conserver???? oui, s'il vous plait... tb é para isso que serve o YouTube :)

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  2. os museus são porém e para sempre a memória.



    do bom e do nem por isso.


    abençoados sejam!


    já agora Tu tb. pelo que vais "mostrando".


    beijo.

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  3. " os museus são porém e para sempre a memória "

    SOBRE.TUDO.MEMÓRIA.SOBRE.
    TUDO
    !

    i* inominável
    i* imf
    i* iv

    o pretérito imperfeito ...

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  4. Cheguei aqui (a si) pelo blog Piano. E ao Piano pelo blog Bandida (que encontrei numa pesquisa sobre o Carlos do Carmo no google). Explico isto para me desculpar da minha intromissão e comentário pois sendo muito recente nisto de blogs, tenho sempre a sensação que meto a foice em seara alheia.

    Desculpe-me, portanto.

    Peço desculpa ainda da intromissão, de meter colherada num tema de que nada sei.
    Reformei-me muito recentemente e nunca tinha tempo de ir a museus nem ainda criei esse hábito (que espero vir a ter).

    Parece-me é que uma das funções dos museus é transmitirem o gosto pela arte. Os nossos hábitos criados pela sociedade de consumo americanizada, fizeram-nos frequentar, aos fins de semana muitos centros comerciais. Era uma maneira lúdica e comoda a contrapor ao cansaço laboral do quotidiano, juntando o útil ao agradável (as compras, o super, o cinema) já que os horários de museus eram pouco compatíveis com as necessidades de fim de semana de , numa penada, ver cinema, ir ao super, entreter a criançada etc.

    Mas acho que eles devem ser aligeirados e divulgados o suficiente para as famílias os frequentarem mais.

    Agora que tenho tempo , demasiado tempo, com um grupo de amigas já combinámos ir uma vez ou duas por mês a um museu/exposição mas, e os que só dispoem do fim de semana para tudo?
    Se os museus não criarem apelativos e linguagens do quotidiano, os jovens de hoje (a maioria) hão-de não ter interesse em irem aos Museus.

    Os museus têm de existir, tem de ser virados para o exterior, para que a memória dos tempos e das coisa premaneça viva e chegue ao comum dos mortais .

    Eu própria, que já disponho de mais tempo, começo a não gostar ou a achar piada a lojas e shoppings.
    Já não há o prazer fácil de depressa contentar o descontentamento da rotina quotidiana.

    Na TV oiço constantemente publicidade a produtos. Logo, vou lá. Os museus têm de competir um pouco com os shoppings , de contrário a sociedade das compras, do consumo, a maioria das pessoas, não irá lá.

    Acho que os museu não devem ser só para uma elite cultural ! Para investigação, para serem virados para dentro já existem as universidades que essas sim, devem ser polos de estudo e desenvolvimento.

    Peço desculpa mais uma vez por opinar no seu blog.

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  5. Oteu blogue anda muito bonito. Adoro a imagem das pedras que puseste no topo.

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  6. "Os museus têm de existir, tem de ser virados para o exterior, para que a memória dos tempos e das coisa premaneça viva e chegue ao comum dos mortais ."

    Que maravilha este comentário
    "Velha Gaiteira" !!! (Gaiteira sábia, é melhor assim ... porque essa de "velha" está desadequado para quem tem intenções de fazer coisa tão boas na vida. Prefiro "sábia e festiva")

    Mas voltando aos museus, também acho ...

    Fizeram-se grandes progressos nos ultimos 30 anos, mas ainda há muito a fazer.
    Quando as pessoas perceberem a força dos museus e o "empowerment" que eles geram - ou seja:
    The mission of EmPOWERment, Inc. is to emPOWER people and communities to control their own destinies through affordable housing-
    Desculpe ser em inglês, mas eu gosto desta palavra e do seu significado. Soa-me bem o poder que ela assume numa língua poderosa !!!

    Se as pessoas (as comunidades) se sentirem parte dos museus e não apenas simples observadoras, elas serão as primeiras a a ter vontade de os usar, de entender as possibilidades deste bem público.

    Adorei ! Obrigada
    ___________
    Obrigada também a todas/todos os
    " Compagnons de route " (também gosto deste termo, mas este prefiro em françês - soa a resistance, soa à subversão que a cultura é. Sempre. Sempre!)

    BlogAbraços

    isabel

    Ainda voltei:

    vi agora um documentário na SIC sobre um errante cinema paraíso - Cinema Girassol de Vila Nova de Mil Fontes - António Feliciano, que há 40 anos palmilha aldeias do Alentejo para levar o cinema.
    Que paixão ! Que desespero ... que comovente, que indecente, este país (dito democrático), que não acarinha estas pessoas.
    Um autêntico heroi da cultura. Um homem que é um monumento ! Vai ter que vender o " Cinema Girassol " porque não é viável. Porquê ?!
    Mas afinal o que é viável ?

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  7. permitam.me entrar a contento numa matéria que me é ,particularmente ,cara e que ,segundo penso ,conheço um pouco ,até pela minha própria profissão - sou directora da Casa Museu João de Deus ,em S.B. de Messines ,terra natal do poeta/pedagogo

    como diz a Isabel Mendes Ferreira e ,muito bem ,os museus são ,essencialmente ,espaços de memórias .dar.lhes vida é o grande mistério que diferencia as colecções inventariadas e as mostras etiquetadas .criar e manter "o espírito do lugar" - eis a essência de um museu

    pouco interessa visitar museus .... interessa ,isso sim ,tornar vivos os espaços nem que para tal haja necessidade de "destruir" o arquétipo museológico

    esta discussão levar.nos.ia tão longe que fico.me por aqui ... não vá apanhar , por exemplo ,com uma estela na cabeça!!!!...

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  8. ""criar e manter "o espírito do lugar" - eis a essência de um museu

    pouco interessa visitar museus .... interessa ,isso sim ,tornar vivos os espaços nem que para tal haja necessidade de "destruir" o arquétipo museológico ""
    _________________
    Absolutamente, Gabriela !:))
    Mas esse arquétipo museológico de que falas é uma velha tartaruga, surda e a com casca grossa !
    Das duas uma, ou morre na casca ou sai ...
    mas leva o seu tempo.
    É uma velha tartaruga, deslumbrada com o seu peso.

    Este debate URGENTA-SE !

    Até apetece criar AQUI, algures na second life, um speaker`s corner para estes assuntos.
    Uma especie de Hyde Park da floresta Museo(lógica).

    O que achas Gabriela ?!

    Abraço e obrigada

    BlogAbraço

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  9. Isabel Victor,
    O projecto sobre Património Imaterial está a correr muito bem. Um dia destes vou visitá-la ao museu para trocarmos impressões.
    Cumprimentos,
    Ana Carvalho

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  10. Gosto de ver por aqui conservadoras de museu dispostas a "arejar" os objectos conservados. Frequento um tipo de "lugares de conservação" um pouco diferentes daqueles de que falam mas que têm muito em comum com eles: os arquivos e bibliotecas com fundos antigos. Confesso que costumo olhar para os "guardas" destes lugares com certa animosidade sempre que tenho de esperar que virem as costas para poder forçar um bocadinho (só um bocadinho!)uma encadernação para ver as coseduras de um códice de pergamiho ou a marca de água de um papel quatrocentista. O que vale mais? Evitar um mínimo de degradação ou deixar de trazer ao conhecimento a história de leitura de um texto? Em 1990, um investigador americano descobriu na Torre do Tombo um manuscrito precioso, que continha "apenas" o único conjunto de cantigas de D.Dinis musicadas. Para isso teve de desencapar à socapa um livro notarial do séc.XVI, forrado com o precioso pergaminho.
    Conservar também é, às vezes, esconder, manter oculta uma coisa que fica, por isso, como se nunca tivesse existido.

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  11. ESTÁ-SE BEM A LER ESTE BLOGUE!

    AJUDA-ME A SAIR DE MIM, A DEIXAR AS COISAS DO CORAÇÃO E INTERESSAR-ME PELAS DA ARTE.

    MAS
    TANTAS AS

    SAUDADES DO COELHINHO ...

    O LUTO É RECENTE E TENTO ESPANTAR A DOR CANTANDO, CANTANDO MUITO , UMAS ÁRIAS DA "OPERA PROIBIDA" (da Cecilia Bartoli).
    ÁRIAS TRISTES COMO A MINHA ALMA QUE CHORA A AUSÊNCIA , O MEU ACTO DESESPERADO, O TÊ-LO MORTO,

    OH INSÂNE!

    OH QUEM ME DERA SER LADY MACBETH E LAVAR, LAVAR, SEMPRE AS MÃOS , SEMPRE, SEMPRE .

    VIM PARA AQUI PARA VER SE APAZIGUO A MINHA ALMA ENCHARCADA.

    D. MARIA

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  12. gosto de museus e não sei contrariar este gosto.

    um pouco kitsch, um pouco bacoco, vou construindo o meu museu cor de rosa (de arte contemporânea) ao sabor do meu gosto, um pouco kitsch, um pouco bacoco!

    apreciei o seu!

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  13. Passei por cá e...........ADOREI o seu blogue.
    Amo, (mas amo mesmo) museus...

    enfim! É bom ler e reler temas de que gosto e sobre o que me interessa

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  14. Olá, Isabel! Este tema é "quente" e é bom que o reacendas sempre.
    Adoro museus, adoro a ideia de conservar o passado e as memórias.
    Como torná-los lugares vivos? Tem muito que se lhe diga mas passa certamente pela transformação cultural do nosso povo.
    Para a qual o teu contributo mostra estar a tornar-se indispensável! :)

    O blog está muito bonito.
    Beijinhos!

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  15. regresso à base retomando a tua frase
    "velha tartaruga ,surda e com a casca grossa!...das duas uma, ou morre na casca ou sai ... mas leva o seu tempo"
    minha querida ,a questão do tempo já era!!!!
    hoje não se pode colocar mais o problema dessa maneira .ou se tem a capacidade de perceber o espírito dos lugares e, em função dos mesmos ,criar dinâmicas que reactivam esses mesmos lugares ( e os objectos que têm um papel secundaríssimo )e ,assim ,cumprimos ,todos ,técnicos museológicos e afins ,as finalidades e os objectivos a que nos propomos ,em perfeita articulação com o meio em que o museu se integra ,ou então ,o melhor é fechar as portas e não chamar museu ao que não é .acima de tudo ,um museu é um espaço vivo .caso contrário ,não passa de de uma colecção mais ou menos interessante de peças e/ou artefactos .e esta articulação e esta maneira de pensar tem ,forçosamente ,de estar , hoje em dia ,na mente de todas aquelas e aqueles que estão à frente dos museus .caso contrário , reformem.se ... não são os museus que levam tempo ,minha querida ,são as pessoas e para elas ,o tempo ,como dizia ,já era ...

    subscrevo a urgência deste debate!!!!

    se e quando quiseres ,conta comigo ,e com o meu modesto contributo nesta matéria

    um abração

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  16. E uma pergunta que se me tem posto muitas vezes:
    O que pensar da Dalila Rodrigues?

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  17. A utilização de uma fotografia minha (o que me honra), permitiu-me descobrir este espaço, que, se me permitir, visitarei mais vezes.
    Até porque a minha área (História da Arte e da Arquitectura) se funda na mesma matéria dos museus (a memória)!

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  18. E já agora, pedindo desculpa pelo abuso, convido-a para visitar uma exposição de fotografia:

    “Arribas “ – Paisagens, Geologia, Fauna e Flora, é o título da exposição de fotografia do f2.8 – Colectivo de Fotografia, que irá estar presente no Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, na Rua da Escola Politécnica nº. 58 em Lisboa, de 30 de Novembro até 28 de Dezembro.

    O 'f2.8' é constituído por um grupo de autores que têm por objectivo primordial potenciar e dinamizar experiências individuais e colectivas no campo da fotografia, numa diversidade de temas, de estilos e de abordagens fotográficas.

    A exposição, que decorre de uma parceria celebrada entre o f2.8 CF e o Museu Nacional de História Natural, pode ser visitada de Terça a Sexta, das 10 às 17 horas e aos Sábados e Domingos das 11 às 18 horas. Encerra às Segundas e Feriados.

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  19. Isabel, agradeço a disponibilidade

    pode utilizar uma imagem que se encontra neste endereço:

    http://joaomanuelcravo.blogspot.com/

    ou neste:

    http://www.armandocardoso.com/eventos.htm


    mais uma vez obrigado

    (e disponha de qualquer das minhas fotos, em WWW.1000imagens.com)

    Cumprimentos

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