sábado, 17 de novembro de 2007

“E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros. E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.”


Haruki Murakami

in 'Kafka à Beira-Mar'



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7 comentários:

  1. li. devorei. o dito. guardo. res.guardo.




    não atendi....estava na selva. amazónica. a receber sinais de luz...


    ironia. terníssima.


    ________________só cheguei agora. para dizer que...


    sim...

    hei de voltar....:)



    beijo. de noite.


    ________________.

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  2. tenho o registo desta conversa em casa da Amália....é de facto uma preciosidade.

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  3. adorei, "encostei-me" ...nele!

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  4. não percas o fio

    profundo

    imenso

    do Haruki

    ( quando chegares ao fim ... então ,falamos ,tá? )

    um beijo

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  5. De como as tempestades nos vão definindo, esculpindo... Nunca é fácil! :)
    Bjs

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  6. .... e a beleza continua a passar por aqui.
    a habitar aqui...

    Beijo

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  7. muito bom. sem dúvida

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