quarta-feira, 10 de outubro de 2007


Fotografia http://zwir.ru/gallery/2004/2004.htm


Errante, fui cantando
entre as uvas
da Europa
e sob o vento,
sob o vento da Ásia.

O melhor das vidas
e da vida,
a doçura terrestre,
a paz pura,
fui recolhendo, errante,
recolhendo.

Com meu canto
ergui na boca
o melhor duma terra
e de outra terra:
a liberdade do vento,
a paz entre as uvas.

Pareciam os homens
inimigos,
mas a mesma noite
os cobria
e só uma claridade
os despertava:
a claridade do mundo.

___________

"As Uvas e o Vento" (1950-1953) Pablo Neruda, tradução Albano Martins.
Edição Campo das letras, 2007

12 comentários:

  1. Um poeta sempre imenso! E que nunca é demais recordar, o poeta e o homem.
    :) Bj

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  2. "a liberdade do vento,
    a paz entre as uvas."

    Enorme, Neruda!
    Obrigada

    Beijo

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  3. a cada dia mais belo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



    TUDO!!!!!!




    beijo.



    maravilhADO.

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  4. A fotografia é brutalmente linda...

    O poema não lhe pede meças...

    Abraço Isabel

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  5. boas isabel. Descobri-te em boa hora.
    Parabéns e um beijinho.

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  6. Adoro Neruda. Completamente.

    E ainda mais na língua de origem.

    Beijos


    PS - tenho duas coisas para ti no post de hoje (o último) passa por lá para levantares :) Não é preciso ticket :)

    Outro

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  7. coloca cá também o ALbano Martins que, além de excelente tradutor, é também um excelente poeta:

    "amo as paisagens
    porque são o foco
    onde o teu corpo se ilumina"

    Cito de cor, por isso pode não ser exactamente assim...

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  8. uma notícia que te deverá interessar:

    http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1307230&idCanal=14

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  9. http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1307230&idCanal=14

    Obrigada " Inominável ". Fui lá AGORA !

    Muito importante, de facto ...

    bj* Grande e ... Vadiamos ?

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  10. não dá para vadiar em Berlin... as tertúlias aqui são nesta língua estrangeira :(

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