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O afecto toma notas. Cinge-o à cadeira em que está sentado, sentindo, desde a madrugada,o sol a florescer pela janela.Revolta rápida, a do afecto. Tem pressa de chegar ao alvo do problema, que se torna branco ___ uma autêntica pérola. A mãe.O seu segredo é minúsculo e insondável, as núpcias da mulher amada com outro. Mas pressente que só o que conseguir enterrar na paisagem das ruas subsistirá. O resto é veneno, cobra, mordedura, que não consegue chupar se não for escrito;nesta meditação,o afecto lhe responde, e mais uma vez lhe diz “e o labirinto evasivo das ruas?”Spleen, tédio, cafard. Imagina que toma café com alguém que se vai acendendo, como uma lembrança longínqua, na mão. Qual? Que lhe beija a mão, e ela desaparece, deixando-o a escrever e a ver na frente quem quiser. Basta o pulso que escreve desejar.É o pulso que escreve. Os dedos orientam apenas a escrita. E quem lhe chama poema é o pensamento rotineiro, que não encontrou ainda outro nome. Mas não me iludo. Escrita esconde o que esconde _____
"O afecto toma notas. Cinge-o à cadeira em que está sentado, sentindo, desde a madrugada,o sol a florescer pela janela.Revolta rápida, a do afecto. Tem pressa de chegar ao alvo do problema, que se torna branco ___ uma autêntica pérola. A mãe."
ResponderEliminarum Colar de pérolas!!!!
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para ressalvar todo o afecto!
____________.
perfeita a escolha.
na delicada presença dos teus passos matinais.
beijo-te.
afectuosamente!
I de lírio.
Que linda a voz deste homem. Cintra.. Luis Miguel e que sonoridade têm as palavras. Que musicalidade.....
ResponderEliminarAnad
um adeus transformado
ResponderEliminarem até amanhã
lido
re lido
tre mido
.
um beijo ,iv
que palavra se pode escolher para dizer do que belo quando este vai numa asa inacessível à minha mão?
ResponderEliminargostei muito*
.... escrevo aqui , como o poderia fazer no poste acima, escrevo um poema de Xosé María Álvarez Cáccamo, poeta maior galego de 80...
ResponderEliminarA Memoria
No tempo escuro ás veces falaches dos
abismos ,
daquel profundo gris onde é fácil morrer
se o corpo descentrado emprende un voo de aguia
desde o faro final . Pero hoxe o dia é luz
e os bosques uña sombra de loucura serena
e a praza do mar verde unha esperanza exacta.
Temos dictado o cálculo da história que nos leva
e vai connosco sempre a memoria
da vida
que ainda non chegou, certa imaxe precisa
de nós da man collidos camiñando despacio
nunha tarde de outubro pola beira do rio.
A memoria é unha fe que confonde os sinais.
Nós somos sempre os mesmos desde o tempo da luz ,
cando marzo chegou cun recado do vento.
in , A escrita das Aves de Marzo, ed tema 1997
um abrazo garimoso
JRM
(descobri-a recentemente...
ResponderEliminare foi marcante...)
(e agora a perda...)
um beijo
*
Acho que já li este texto!
ResponderEliminarCSD