O afecto toma notas. Cinge-o à cadeira em que está sentado, sentindo, desde a madrugada,o sol a florescer pela janela.Revolta rápida, a do afecto. Tem pressa de chegar ao alvo do problema, que se torna branco ___ uma autêntica pérola. A mãe.O seu segredo é minúsculo e insondável, as núpcias da mulher amada com outro. Mas pressente que só o que conseguir enterrar na paisagem das ruas subsistirá. O resto é veneno, cobra, mordedura, que não consegue chupar se não for escrito;nesta meditação,o afecto lhe responde, e mais uma vez lhe diz “e o labirinto evasivo das ruas?”Spleen, tédio, cafard. Imagina que toma café com alguém que se vai acendendo, como uma lembrança longínqua, na mão. Qual? Que lhe beija a mão, e ela desaparece, deixando-o a escrever e a ver na frente quem quiser. Basta o pulso que escreve desejar.É o pulso que escreve. Os dedos orientam apenas a escrita. E quem lhe chama poema é o pensamento rotineiro, que não encontrou ainda outro nome. Mas não me iludo. Escrita esconde o que esconde _____
sábado, 1 de março de 2008
Llansol
Fotografia http://zwir.ru/gallery/other/other_41.html
O afecto toma notas. Cinge-o à cadeira em que está sentado, sentindo, desde a madrugada,o sol a florescer pela janela.Revolta rápida, a do afecto. Tem pressa de chegar ao alvo do problema, que se torna branco ___ uma autêntica pérola. A mãe.O seu segredo é minúsculo e insondável, as núpcias da mulher amada com outro. Mas pressente que só o que conseguir enterrar na paisagem das ruas subsistirá. O resto é veneno, cobra, mordedura, que não consegue chupar se não for escrito;nesta meditação,o afecto lhe responde, e mais uma vez lhe diz “e o labirinto evasivo das ruas?”Spleen, tédio, cafard. Imagina que toma café com alguém que se vai acendendo, como uma lembrança longínqua, na mão. Qual? Que lhe beija a mão, e ela desaparece, deixando-o a escrever e a ver na frente quem quiser. Basta o pulso que escreve desejar.É o pulso que escreve. Os dedos orientam apenas a escrita. E quem lhe chama poema é o pensamento rotineiro, que não encontrou ainda outro nome. Mas não me iludo. Escrita esconde o que esconde _____
O afecto toma notas. Cinge-o à cadeira em que está sentado, sentindo, desde a madrugada,o sol a florescer pela janela.Revolta rápida, a do afecto. Tem pressa de chegar ao alvo do problema, que se torna branco ___ uma autêntica pérola. A mãe.O seu segredo é minúsculo e insondável, as núpcias da mulher amada com outro. Mas pressente que só o que conseguir enterrar na paisagem das ruas subsistirá. O resto é veneno, cobra, mordedura, que não consegue chupar se não for escrito;nesta meditação,o afecto lhe responde, e mais uma vez lhe diz “e o labirinto evasivo das ruas?”Spleen, tédio, cafard. Imagina que toma café com alguém que se vai acendendo, como uma lembrança longínqua, na mão. Qual? Que lhe beija a mão, e ela desaparece, deixando-o a escrever e a ver na frente quem quiser. Basta o pulso que escreve desejar.É o pulso que escreve. Os dedos orientam apenas a escrita. E quem lhe chama poema é o pensamento rotineiro, que não encontrou ainda outro nome. Mas não me iludo. Escrita esconde o que esconde _____
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Seguidores
Povo que canta não pode morrer...
Visitas
Musing on culture
Arquivo do blogue
-
▼
2008
(242)
-
▼
março
(41)
- Linhos e unguentos
- Vestido eterno
- Materno e Másculo
- Luxo
- Moura adormecida
- Isto é muito bonito ... desassombrado.
- Passo a Passo ...
- http://www.lilyacorneli.com/main.htmAZUL SOBRE AMA...
- A poesia no seu dia..
- O MEDOAh o medo vai ter tudotudo(penso no que o m...
- Museus, museólogos e Museologia ________________ à...
- como George Sand e Musset
- http://www.eapfoto.com/nudes.html... quase Páscoa_...
- Uma vez ...
- Como si fuera ... la ultima vez O beijo ocorreu po...
- Os amores - Ovídio
- Fotografia Sérgio Jacques_________________________...
- ...
- Fotografia: José Tolentino Mendonça, em http://mei...
- ao exorcismo do medo. à escrita ...
- Morreu Rogério Ribeiro
- No dia em que o Hot Clube de Portugal completa 60 ...
- Fotografia " Manifestação professores " D`AQUI«and...
- FM 160.2
- Entrada livre. Eu (vou) livre.mente ...
- mulheres em estado líquido ... Alices, Helenas de ...
- Por favor vejam, vejam, vejam .....Correspondi, cu...
- 100.000 professores
- APRESENTAÇÃO COMISSÕES FESTIVAL JÚRI PROGRAMAÇÃOOB...
- Nocturnamente te construopara que sejas palavra do...
- Portugal e os portugueses ...
- Não quero ter a terrível limitação de quem vive ap...
- Clicar na imagem para ampliarIr até lá para tactea...
- Mesmo que um homem consiga divertir-se com a sua n...
- Património Cultural Imaterial
- ... ______________________________________________...
- Blogs de Museus
- como george sand e musset tu e eu. desmedidos nas ...
- Família - conceito e pre.conceito
- Llansol
- Jeanne LoriozDans son œuvre, jamais de tourment ! ...
-
▼
março
(41)
"O afecto toma notas. Cinge-o à cadeira em que está sentado, sentindo, desde a madrugada,o sol a florescer pela janela.Revolta rápida, a do afecto. Tem pressa de chegar ao alvo do problema, que se torna branco ___ uma autêntica pérola. A mãe."
ResponderEliminarum Colar de pérolas!!!!
____________
para ressalvar todo o afecto!
____________.
perfeita a escolha.
na delicada presença dos teus passos matinais.
beijo-te.
afectuosamente!
I de lírio.
Que linda a voz deste homem. Cintra.. Luis Miguel e que sonoridade têm as palavras. Que musicalidade.....
ResponderEliminarAnad
um adeus transformado
ResponderEliminarem até amanhã
lido
re lido
tre mido
.
um beijo ,iv
que palavra se pode escolher para dizer do que belo quando este vai numa asa inacessível à minha mão?
ResponderEliminargostei muito*
.... escrevo aqui , como o poderia fazer no poste acima, escrevo um poema de Xosé María Álvarez Cáccamo, poeta maior galego de 80...
ResponderEliminarA Memoria
No tempo escuro ás veces falaches dos
abismos ,
daquel profundo gris onde é fácil morrer
se o corpo descentrado emprende un voo de aguia
desde o faro final . Pero hoxe o dia é luz
e os bosques uña sombra de loucura serena
e a praza do mar verde unha esperanza exacta.
Temos dictado o cálculo da história que nos leva
e vai connosco sempre a memoria
da vida
que ainda non chegou, certa imaxe precisa
de nós da man collidos camiñando despacio
nunha tarde de outubro pola beira do rio.
A memoria é unha fe que confonde os sinais.
Nós somos sempre os mesmos desde o tempo da luz ,
cando marzo chegou cun recado do vento.
in , A escrita das Aves de Marzo, ed tema 1997
um abrazo garimoso
JRM
(descobri-a recentemente...
ResponderEliminare foi marcante...)
(e agora a perda...)
um beijo
*
Acho que já li este texto!
ResponderEliminarCSD