Eliot Eliofson, Duchamp descending a staircase, photograph from Life Magazine , 1952 / Aqui
( ... )
São espectros cinzentos e partem em debandada, sentam-se nos bancos das empresas, escritórios, nas instituições como se fossem reis, calculando no deve e haver guardar o gado ... Engolem duas linhas de trabalho e vergam-se de hierarquia em hierarquia, tudo lhes serve, tudo lhes cabe. E, no entanto, a espinha que é o dorso, move-se atónita como o espaço, apreciam o ferro e o aço da melancolia, quando a pequena existência lhes quebra o passo. Olham, desdenham, mas inibem-se quando uma abelha tresmelhada, lhes cai certa no olhar e estão acompanhados, e a pergunta é sempre por que fui eu, se há mais alguém, e está presente ou se afasta para outro lado, ser seu igual ainda se tornaria pior. Vê-se só a espernear por todo o lado.
Vejo-os na vida nova armazenando fel, e dele se abastecem diariamente com a fartura dos contentes de coisa nenhuma, vivem o ordinário commumente, no sentido que damos às coisas mesquinhas que lhes são o seu empreedimento. Enfeitam-se de suposta cumplicidade, mas tudo lhes é moribundo, e nem habitualmente ousam o que certos animais fazem, não se escondem para morrer, do dono ...
Não gostam da surpresa de nada, como se tudo se lhes fosse dirigido, coçam no umbigo como se aí houvesse uma caixinha de música chinesa. ( ... )
JRM _______________________________________
Dilacerantes ... estes espectros Profanus
( ... )
São espectros cinzentos e partem em debandada, sentam-se nos bancos das empresas, escritórios, nas instituições como se fossem reis, calculando no deve e haver guardar o gado ... Engolem duas linhas de trabalho e vergam-se de hierarquia em hierarquia, tudo lhes serve, tudo lhes cabe. E, no entanto, a espinha que é o dorso, move-se atónita como o espaço, apreciam o ferro e o aço da melancolia, quando a pequena existência lhes quebra o passo. Olham, desdenham, mas inibem-se quando uma abelha tresmelhada, lhes cai certa no olhar e estão acompanhados, e a pergunta é sempre por que fui eu, se há mais alguém, e está presente ou se afasta para outro lado, ser seu igual ainda se tornaria pior. Vê-se só a espernear por todo o lado.
Vejo-os na vida nova armazenando fel, e dele se abastecem diariamente com a fartura dos contentes de coisa nenhuma, vivem o ordinário commumente, no sentido que damos às coisas mesquinhas que lhes são o seu empreedimento. Enfeitam-se de suposta cumplicidade, mas tudo lhes é moribundo, e nem habitualmente ousam o que certos animais fazem, não se escondem para morrer, do dono ...
Não gostam da surpresa de nada, como se tudo se lhes fosse dirigido, coçam no umbigo como se aí houvesse uma caixinha de música chinesa. ( ... )
JRM _______________________________________
Dilacerantes ... estes espectros Profanus
_________________________________
de.claro que é muito claro esta declaração sobre os umbiguismos.
ResponderEliminarde tão assertivo chega a doer.
(a inveja que tenho de não ter sido eu a escrever)....inveja boa, entenda.se.
mas haja quem.
assim.
forte.
arrasador.
_________________.
para os dias que correm.
.
boa noite I.*** "profana" e profética...:)
.
______________.
Olá, Isabel! :) Fiquei feliz por te ver por lá... e com maior gosto vim até aqui.
ResponderEliminarO teu blog recomenda-se!
Neste caso, neste post, encontrei um texto diferente e super interessante. A foto... a ver e rever, a ver e rever...
E fui ficando... adorei a tua música! É daquelas que ficam para sempre...
Bom gosto, Isabel!
Beijinhos!
fui espreitar..li e reli..profanus
ResponderEliminaradorei a escolha da foto......para este excerto....
jocas maradas......... sempre
A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA...)
ResponderEliminarGostei de ler:)
Poderoso o texto e a imagem que escolheste para o ilustrar. Fui lá espreitar. local de culto a explorar com tempo
ResponderEliminarBeijo meu
"fel ina"
ResponderEliminara tua escolha
como sempre
a certa
medida
a coerência
aqui
e
lá
.
delicio.me
e
deixo
.
um beijo
1)há-os assim, são os cavalos de corrida... quando deixam de fazer o cronos exigido são abatidos
ResponderEliminar(os cavalos também se abatem? Sarrazin???)
2)mas há os não-assim
será a salvação?
3)quem está dentro do templo?
quem está diante do templo?
o sagrado e o pro fanus?
(objecto de estudo)
p.
Que lindo texto Isabel. Que lindo texto.
ResponderEliminarBeijos
Ana Duarte
É na baía que o mar
ResponderEliminarAdormece em maresia
Acalma a sua fúria
Em sal de nostalgia
Boa semana
Doce beijo
A IMF tinha-me falado de um caderno. Deste caderno e há já uns dias.
ResponderEliminarAcredita que demorei a encontrá-lo pois esqueci-me do nome e perdi-me entre múltiplas páginas....degraus...neste momento são sobretudo degraus.