quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

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POEMA OPACO SOBRE A MESA

que idade é? para ser evidente é só virar ao contrário. ou então absorver-se.
absorvo-me. reabsorvo-me. o belo é supletivo da liberdade.
o belo aprisionado. e o infinito é tão portátil quanto a imobilidade da casa.
mas do conteúdo da casa ninguém deverá falar. – o infinito é indirectamente portátil.
e ninguém sente. e ninguém pensa.
ERROS DE DESCARTES E DAMÁSIO. ninguém sabe: o sofrimento envelhece
com o rejuvenescimento tardio. {e a culpa. onde está a culpa?}
a culpa de ver dois amantes com as águas redondas. a culpa de
reconhecer por exclusão de som, por exclusão de conclusão e primeira metáfora.
{para regressar, o amor deve fornicar}, [alguém entra no poema com esta ideia,
válida a todas as luzes, e por isso fica, deve ficar.]
por fim, há exclusão de latitude, eu diria, porque há repetição e depois redundância.
{a inocência é tão selvagem quanto o desejo}, a mesma voz inibe
os outros rios arrefecidos, de modo a que a minha discricionariedade
congele, e o poema conclua sozinho: a idade espera que o sangue jubile, passe a servir as árvores.





Sylvia Beirute
inédito





in http://sylviabeirute.blogspot.com/


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