quarta-feira, 2 de maio de 2007

CADERNOS DE CAMPO ...


“Este livro é a edição sem retoques dos meus diários de campo nas duas expedições que fiz, entre 1949 e 1951, às aldeias dos Urubus-Kaapor. Eu tinha, então, 27 anos, o vigor, a alegria e o elã dessa idade, de que tenho infinitas saudades. Enfrentava sem medo marchas de mil quilômetros, temporadas de dez meses (...). Meus diários são anotações que fiz dia-a-dia, lá nas aldeias, do que via, do que me acontecia e do que os índios me diziam. Gastei nisso uns oito grossos cadernos, de capa dura, que ajudava a sustentar a escrita. Porque índio não tem mesa. Muitas vezes escrevia sobre minhas pernas ou deitado em redes balouçantes. Você imaginará a letra horrível que resultava disso”.

Assim começava o mais recente livro de Darcy Ribeiro, “Diários Índios”, uma bela edição, mais de seiscentas páginas com dados de campo, relatos das viagens e seus incidentes, descrições de ritos, desenhos, fotos, diagramas de parentesco e até rabiscos feitos pelos próprios índios.

5 comentários:

  1. Darcy, grande antropologo brasileiro com laivos de gênio!

    Isabel, esta edição de que fala é portuguesa ou brasileira? Pois vou procurar aqui pela "terrinha".

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  2. Grande Mestre, Darcy!
    Parabéns.

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  3. Desconheço o livro infelizmente..não me posso pronunciar por falta de conhecimento.

    Bjs Zita

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  4. Só posso dizer que é um grande começo, muito promissor Isabel...

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  5. Uma referência de leitura que me parece óptima! O pior é a lista de espera dos livros! Mas vou considerar pois gostei muito do excerto.
    Bjs da A.P.

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