De tanto te pensar, me veio a ilusão.
A mesma ilusão
Da égua que sorve a água pensando sorver a lua.
De te pensar me deito nas aguadas
E acredito luzir e estar atada
Ao fulgor do costado de um negro cavalo de cem luas.
De te sonhar, tenho nada,
Mas acredito em mim o ouro e o mundo.
De te amar, possuída de ossos e abismos
Acredito ter carne e vadiar
Ao redor dos teus cismos.
De nunca te tocar
Tocando os outros
Acredito ter mãos, acredito ter boca
Quando só tenho patas e focinho.
De muito desejar altura e eternidade
Me vem a fantasia de que Existo e Sou.
Quando sou nada: égua fantasmagórica
Sorvendo a lua n'água.
Hilda Hilst
Hilda Hilst nasceu na cidade de Jaú, interior do Estado de São Paulo, no dia 21 de abril de 1930, filha única do fazendeiro, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst e de Bedecilda Vaz Cardoso ...
De tanto te pensar veio o sonho de te amar sem te tocar...
ResponderEliminarBeijos
Obrigada por nos ter vindo, ontem, "amamentar"...e desculpe a falta de educação ao sair mas o trabalho (pois) não espera, como sabe por experiência...
ResponderEliminarBom repouso.
Um dia destes irei visitá-la, ao "trabalho" ; )
Não sei quem me escreveu ... mas, mesmo assim, agradeço a delicadeza.
ResponderEliminarHonra-me imenso o termo " amamentar ", quando se trata de alimentar ideias. Saciar vontades de ir mais longe. Foi isso que me moveu ao ir até Castelo Branco, falar sobre " Interculturalidade em museus ". A atenção que me dedicaram e o debate gerado, compensou largamente a agitação de um Sábado roubado ao repouso semanal ...
Aguardo, então, que me visite ilustre " anónima/o
Saudações museológicas e pessoais
Querida Isabel,
ResponderEliminarVolto já virtualmente, só. A viagem foi uma sucessão de idas ao médico, nem vaale a pena contar. Mas estou tentando voltar, no meio do "bonde andando" das aulas, os alunos sempre cheios de solicitação, e a outra parte do trabalho, de coordenação, que tb não espera. Mas espero voltar com calma, quando tudo retomar o leito original do rio da vida quotidiana.
Foi um prazer te encontrar por duas escassas vezes. Fica com um beijinho, saudades.
O poema é lindo e teu mérito ir encontrar coisas q deveriam estar mais perto de mim do que de ti.
acredito ter mãos...
ResponderEliminarbeijos Isabel e...
obrigada...
B.
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