terça-feira, 6 de maio de 2008

Obituário

Fotogafia de Jill McLaughlin




Forwarded Message
From: antropologia <antropologia@fcsh.unl.pt>


Jill Dias
20.03.1944 –28.04.2008

Jill Rosemary Dias, nasceu no Reino Unido vindo depois a nacionalizar-se portuguesa, (continuando a assinar Rosemary em vez de Rosa Maria como a nacionalização lhe impusera). Obteve o seu doutoramento em Oxford em 1973. Desde 1982 que integrava o Departamento de Antropologia da Universidade Nova de Lisboa onde assumiu o lugar de Professora Catedrática em 1996.

Desde o início do seu trabalho tutelado por instituições portuguesas - encetado com a pesquisa arquivística das fontes relativas à História do século dezanove em Angola – que se rebelou, pioneira mas discreta, contra constrangimentos disciplinares. Na verdade, simplesmente se mantinha alheada desses limites, como de os que formalmente separam nacionalidades, instituições, estatutos ou idades.

Foi a marca dessa tranquila renitência que deixou nos cargos que exerceu no Departamento de Antropologia da FCSH – a que presidiu empenhada durante vários anos - e junto dos colegas e estudantes, desse e doutros departamentos, por quem era particularmente querida.

Terá sido o mesmo espírito que a levou a estimular e agregar jovens investigadores de diferentes áreas, a fundar o Centro de Estudos Africanos e Asiáticos do IICT – Instituto de Investigação Científica e Tropical – que dirigiu desde 1986, e a fundar a Revista Internacional de Estudos Africanos.

A sua obra, reconhecida nacional e internacionalmente, inspirou de modo decisivo a investigação contemporânea na Antropologia Colonial e Pós-Colonial e na História da África Lusófona. O seu incentivo e apoio absoluto a todos os que ambicionavam pesquisar nessas áreas, multiplicou-a.

As suas aulas foram espaços de exemplar convivência da sensibilidade com a Ciência.

Recentemente integrou o CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia – com o entusiasmo discreto mas cintilante que levava para cada novo desafio.

Traços raros de carácter, como a sua discrição, mas eventualmente mais ainda, a sua inesgotável generosidade e disponibilidade profissional e pessoal, poderiam ter ofuscado o seu enorme talento e produção criativa e diversificada. Mas antes se aclararam mutuamente, para melhor ainda nos iluminarem.

1 comentário:

  1. oh alma discreta e generosa....!
    diz-me. diz.me que estás bem!





    beijo-t.e.

    ResponderEliminar

Seguidores

Povo que canta não pode morrer...

Arquivo do blogue

Pesquisar neste blogue