Imagens http://www.stevenkenny.com/
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
A escrita torna-nos selvagens. Regressamos a uma selvajaria de antes da vida. E reconhecêmo-la sempre, é a das florestas, tão velha como o tempo. A do medo de tudo, distinta e inseparável da própria vida. Ficamos obstinados. Não podemos escrever sem a força do corpo. É preciso sermos mais fortes que nós para abordar a escrita, é preciso ser-se mais forte do que aquilo que se escreve. É uma coisa estranha, sim. Não é apenas a escrita, o escrito, são os gritos dos animais da noite, os de todos, os vossos e os meus, os dos cães. É a vulgaridade maciça, desesperante, da sociedade. A dor é, também, Cristo e Moisés e os faraós e todos os judeus e todas as crianças judias e é, também, o lado mais violento da felicidade. Acredito nisso, sempre.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
A escrita torna-nos selvagens. Regressamos a uma selvajaria de antes da vida. E reconhecêmo-la sempre, é a das florestas, tão velha como o tempo. A do medo de tudo, distinta e inseparável da própria vida. Ficamos obstinados. Não podemos escrever sem a força do corpo. É preciso sermos mais fortes que nós para abordar a escrita, é preciso ser-se mais forte do que aquilo que se escreve. É uma coisa estranha, sim. Não é apenas a escrita, o escrito, são os gritos dos animais da noite, os de todos, os vossos e os meus, os dos cães. É a vulgaridade maciça, desesperante, da sociedade. A dor é, também, Cristo e Moisés e os faraós e todos os judeus e todas as crianças judias e é, também, o lado mais violento da felicidade. Acredito nisso, sempre.
_____________________________________________
___________________________________________
Marguerite Duras, in "Escrever"
____________________________
____________________________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________
__________________________
extremamente belllllllllllo
ResponderEliminarnão resisto
ResponderEliminaré[s]demais
e cada vez
MAIS
irresistível
.
um beijo
belíssimo post
ResponderEliminarcaminha-se aqui em chão de algodão,
que é flor... da terra, como as palavras da M.Duras.
Um beijo
grande
É assombroso entrar aqui e ler isto.
ResponderEliminarTalvez porque se esteja em dilema com o próprio interior, com o próprio corpo,lutando para escrever.
E agora penso
Se devo dar-me por vencida? :(
Ou se calhar não foi por acaso que os ventos me trouxeram aqui agora.
Ser-se mais forte do que aquilo que se escreve
... ser-se mais forte do aquilo aquilo que se escreve
... ... ser-se mais forte do aquilo que se escreve
Vou.
Reforçar-me.
Beijo-te
É preciso ser-se mais forte do que aquilo que se escreve...
ResponderEliminarÉ preciso ser mais forte que o espaço-tempo que nos trasporta para a escrita. É preciso ter força para deixar romper as palavras.
Forte. Belo. De pulmões bem abertos.Este post.
saber-se domar os pequenos monstros...
ResponderEliminarprossiga, senhora, por favor.
um abraço
Bom...bom... tudo por aqui está cada vez melhor! :):)
ResponderEliminarMagníficas palavras da Marguerite Duras!
Um tema muito especial e delicado, um tema que me é particularmente caro...
Adorei, Isabel!
Bjs
Belíssimo texto de Marguerite Duras. Obrigada.
ResponderEliminarUm belo passeio pelo território da escrita e da força interior necessária para fazê-la real.
ResponderEliminarA propósito, por falar em força, e aquelas aves na primeira fotografia, hein? Pelo visto, tomaram a poção do druida Panoramix, aquela que transmite força sobrenatural aos habitantes da aldeia de Asterix ;)
Um beijo!
não sei...
ResponderEliminarsinceramente...
beijos Isabel
não podemos ser mais fortes. não podemos ser a escrita. somos a escrita. a própria força é o tamanho de nós. somos a ´própria força que é coisa que não existe. é a invenção da forma que nos surpreende na escrita. escrevemos?
ResponderEliminarbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
se eu tivesse asas nos "pés" dançaria contigo assim.
ResponderEliminarem completa maravilha.
como não.....
re.maravilho-me.
grata.
por me seres.
Tirou-me as palavras da boca, querida amiga!
ResponderEliminarContinuo-me a maravilhar com o seu blog.
Muito obrigada!
obrigada. os elogios vindos daqui, são maravilhosas flores
ResponderEliminarextraordinária escrita, a que nos conduz para além das palavras, que invade, muitas vezes misteriosa, o imaginário e percorre cada poro do corpo sempre com os seus signos revelando novas leituras. magnífico. abraços.
ResponderEliminarhá muito que não vinha por falta de tempo e por gostar de aqui passar um bom bocado lendo-a e admirando tudo o que publica, mas hoje soube-me bem actualizar as leituras. cada vez mais bonito este blog, sem dúvida. obrigada! um grande beijinho.
ResponderEliminaratento e belíssimo post...........
ResponderEliminarescrevemos e reescrevemos na tentativa de dizer qualquer coisa,
quando o corpo o permite.
é de sentidos que falamos.....
:)
beijo
é preciso sermos mais fortes do que nós para escrevermos... é preciso escrever...
ResponderEliminaré verdade e é belo e forte doce e amargo e dói escrever como parto sem parteira, em doces e ternos abraços ou desejos sem corpo.
ResponderEliminardiz-se que escrever é parir...
não podemos escrever sem a força do corpo, não podemos parir sem dor. escrever é então dor?
Gostei muito!
Solta nota de uma flauta
ResponderEliminarUm retrato preso à mão
Um tambor fora do compasso
Segue o bater de coração
Convido-te a partilhar as emoções
Deixadas pelos ponteiros de um relógio…
Doce beijo
Escrever, principalmente escrever sentimentos é um grande acto de coragem aqui resumida magnificamente em apenas duas linhas. Não são precisas mais porque o silêncio que lhes segue diz o resto a cada um de nós, aquela verdade que cada um sente ecoar em si mesmo e só a si pertence.
ResponderEliminarUm grande beijo para ti, obrigada pela visita e pelas palavras de incentivo. Até breve.
Forte o teu texto. Assim como a imagem.
ResponderEliminarMagritte?
Se for é um dos meus preferidos...
CSD