O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
Jorge de Sena
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ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
Jorge de Sena
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o corpo terá sempre razão.
ResponderEliminar(fantástico Jorge de Sena,
certeiro, pois é...)
:)
beijo
p.s.
reinvenção permanente aqui, Isabel...
sempre muito bom ver/ler/sentir.
tu sabes que te adoro.
ResponderEliminartu sabes.
e tb gosto do Jorge de Sena.
muito.
mas não é verdade:
só o corpo espera.
na sua múltipla e calada geografia alquimica.
espera até que a noite seja nunca mais. na vontade de não ser enquanto não se nascer.
só a alma. Alma.
(post para mais tarde recordar")
.
beijo-te.
.
(e a minha inveja por uns pés sem metal....sorriso).
e "coração de murano"....
ResponderEliminarquando uma certa veneza era profundissima saudade...
_________________.
e saio....
O inevitável
ResponderEliminaroooh Isabel, este raio de mundo está cheio de coincidências. e acasos. e o corpo manda em todos eles.
está na hora.
Beijo para ti
É verdade, o corpo raro espera, está sempre a avançar, a caminho de alguma coisa outra... Consigo, leva o pensamento e, às vezes, faz-lhe a vontade e espera um bocadinho... não muito, mas é preciso aproveitar o instante!
ResponderEliminarBeijos de divagação! :)
Para uma Isabel sempre surpreendente!
Gostei de ler aqui Jorge de Sena.
ResponderEliminarBeijos.
Ora aqui está um texto para fazer pensar.
ResponderEliminarEnquanto andamos entretidos a pensar na vida, a vida vai gastando validade.
bj
nunca espera. atravessa a estrada e continua em volta de um candeeiro onde a luz é um sorriso. não espera, não. invade o quarto. incendeia a noite e desiste. por nunca poder desistir. não parar. nunca espera. nunca.
ResponderEliminarbeijo querida IV
Além de bonita, a poesia exibe uma verdade quase científica: o corpo, de fato, não espera. É célere como um adolescente.
ResponderEliminarUm beijo!