Luís Miguel Cintra. Prémio Troféu Latino 2008
Algumas palavras ... toda a diferença
( ... ) Não quero ser aquilo que no actual mercado de espectáculos melhor se vende: um encenador/autor. O meu trabalho, quer como actor quer como encenador, é o de um intérprete, o meu prazer é o de entender os outros, passados e presentes, e de com os outros conviver. Para mim fazer teatro é isso. Uma maneira de comunicar. Não quero fazer obra, nem a fiz. É um ofício que entendo como político mas que é ainda menos obra que a obra dos políticos, que ditam leis e têm poder. O trabalho do teatro é efémero e modesto. Fica só na memória dos outros, de alguns outros. Já me basta.Tudo nos empurra neste momento para viver em falso, para viver como não somos, para a arte de enganar, para nos colarmos a um uniforme que nos pode trazer sucesso.Como dizia uma personagem do Don Carlos de Schiller que acabámos de representar, "Os interesses da minha inteligência voltam-se apenas para um círculo: e esse é o da dignidade humana."
Fotografias http://www.stevenkenny.com/index.html
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ANTES DO NOME
Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",
o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensível
muleta que me apoia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infreqüentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.
Adélia Prado
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ANTES DO NOME
Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",
o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensível
muleta que me apoia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infreqüentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.
Adélia Prado
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Excelente o poema de Adélia Prado.
ResponderEliminar"Quem entender a linguagem entende Deus cujo Filho é Verbo."
Um abraço.
pois, a palavra nunca é o que parece, de facto. belíssimo poema. e foto de cabeçalho, isabel victor. um grande beijinho *
ResponderEliminarQuem entender a linguagem entende Deus
ResponderEliminaraqui mergulho; aqui me emociono...
Como está bonito o teu blogue. Como tive pena de não estar cá na data sugerida? Não haverá outra hipótese? Saudades, sabes o que é?
ResponderEliminara palavra é cega e muda porém reveladora do omisso.
ResponderEliminardigo eu em fascínio. de ti. e daqui. mesmo sem asas para morder o céu.
beijo.te.
até já.
duas notas em perfeita sintonia
ResponderEliminarcomo sempre
DE MAIS
as escolhas .as notas .as informações
primam
.
um beijo ,iv
Vive-se por não a entender por completo. o mistério subsiste sempre nalgum sentido. ou não serviria de disfarce.
ResponderEliminaré deixar fluir [palavras]
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faltaste tu hoje para completar o dia :)))
beijo IV
A vida são dois dias.
ResponderEliminarNinguém fica cá para semente.
Há que aproveitá-la ao máximo.
Vive cada dia como se fosse o último.
Tudo frases que resumem o teu excelente post. Para ler e reflectir e passar a viver como deve ser. Ou seja, sem medos! Felizes e contentes!
Gostei dos escritos.
antes do nome o que éramos?
ResponderEliminargrito?
onda?
maré alta?
pó?
_____________elos de silêncio?
beijo.te.
roubei a ft. avisei...:)
Alma.
nada em absoluto. como se tudo fosse mesmo assim.
ResponderEliminarbeijo IV, beijo meu!
lindíssimo.........
ResponderEliminarque mais se pode dizer ??? ...
("o meu prazer é o de entender os outros...")
ResponderEliminar...
por aqui fico...
a ler e ouvir, mais uma vez...
belíssimo
:)
em pausa?
ResponderEliminarmesmo em tempo de pausa
"respiro.te" no que aqui anotas....
.
um beijo
é não querermos e não nos importarmos...
ResponderEliminarquando podemos...
abraço Isabel (ausente...)
(falta o bom, depois do é...)
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