terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ver-te dourava
o corpo da pupila.
A sombra. E as estátuas
por onde ver-te vinha
animal. E parava
redondo na retina.

O grande movimento era-nos sempre
margem de olhar um rio.
Ia-se-nos perdendo
ver algum navio
entrar nas águas de tê-lo
alguma vez ouvido.
Ou, se quiserem, havia o movimento.
E, à volta dele, o rio
estava perto de sermos
lugar. Ponto de frio
de onde os amantes sempre
partiram esquecidos.
________
Sobre as Horas (1963), Fernando Echevarría
_____________________________

8 comentários:

  1. Muito bonito.
    As horas e ... o existir do movimento... O mundo é movimento, fluidez que nos transporta e que também transportamos.
    :)

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  2. O que é que nós fizemos para merecer tão bons poetas? E num país tão estreitinho... será de tanto mar?
    É um prazer.
    Beijos, Isabel

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  3. Palavras lindas tiradas de uma paleta de mestre...


    Doce beijo

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  4. agora é que estragas-te o visual todo. está horrivel. com uma falta de gosto não podia ser pior

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  5. desculpa. és daltonica? uma tão má combinação de cores só podes?

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  6. ver navio entrar nas águas

    pois claro

    cá estou no meu de papel

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