Martins Correia - serigrafia, 1993
Pintura sobre ajulejo - Andreas Stocklein
Gosto de estar em casa ...
de me (re)conhecer nos cantos da casa. Nas memórias que me suscitam os objectos. No cheiro que exala das coisas. Nas mil e uma "estórias " que poderia contar a seu respeito. Na forma como me dizem respeito.
Perco-me nas narrativas cruzadas que cada um (numa mesma casa ) faz a propósito desses mesmos objectos. No sentido que individualmente ou em grupo damos ás coisas da casa. Como as vivemos, como as contamos, como as legamos e a quem as legamos e porque as guardamos.
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Na intimidade da casa existem singularidades na forma como cada um se relaciona com os objectos. Diferenciações de género, de geração, de dedicação. Notam-se diferentes apegos ás coisas, conforme se trata de homens ou de mulheres, de pais ou de filhos. Cada um vai construindo o seu lugar, na casa comum, de acordo com o seu papel, a sua identidade e o seu gosto. As pessoas vão-se ajeitando aos sítios e ás coisas e fazem -no à sua maneira ...
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Há coisas que mudam, que se renovam, que substituímos ao sabor das necessidades e dos gostos. Mas há outras que prevalecem apesar dos modos, dos tempos e dos humores. Coisas que permanecem como que sacrilizadas, religiosamente imutáveis e que nos acompanham toda a vida. Que sedimentam as nossas paisagens interiores.
lembrei-me agora de Ruy Belo e do poema : Oh as casas ...
Exactamente como eu me vejo na minha casa, nos objectos com a sua história,
ResponderEliminarlindo:)
Escolheste bem o Ruy Belo e este poema para ilustrar!
Parabens
um beijo
...lindíssima casa.doce conforto.
ResponderEliminarencosto aqui.
um abraço.