Logo que acabei de editar o post " Cadela rosada ", poema de Elizabeth Bishop, veio-me à memória uma noite de teatro inesquecível, em S. Paulo, no ano de 2001, em que tive o privilégio de assistir ao monólogo " Um porto para Elizabeth Bishop ", protagonizado por Regina Braga, numa encenação notável da peça escrita pela jornalista Marta Góes sobre a poeta norte-americana Bishop quando morou no Brasil, entre 50 e 70.
Inicia-se com a chegada de Elizabeth Bishop ao Porto de Santos e ... perdemo-nos no tempo.
Deslumbrada com a representação, comprei logo, no dia seguinte, o livro, que guardo religiosamente na minha estante (comprei dois, o outro entreguei-o em boas mãos).
Para além de um retrato psicológico da escritora e uma gostosa deambulação pela sua vida afectiva, esta obra também acaba por ser um excelente retrato de época e um olhar crítico sobre o pensamento, arte, arquitectura e estrutura de poder do Brasil, em particular do Brasil Carioca.
Inspirada ... não resisti em alterar (adaptar) a parte final do programa do Seminário em Museologia que me tinha sido, honrosamente, confiado pela minha amiga Cristina Bruno que, na altura, coordenava cientificamente o Curso de pós-graduação em Museologia na USP - Universidade de S. Paulo e discuti efusivamente, com os alunos, este belíssimo texto, procurando cativar futuros museólogos a integrar os patrimónios literários e o drama na práticas museológicas.
Nunca mais parei de gostar (e de tornar a gostar ) de Elizabeth Bishop ... espanta-me como de tanta infelicidade e contrariedade nasceu uma obra tão sublime.
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One Art
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
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Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
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Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
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I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
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I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
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-Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.
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Elizabeth Bishop, "One Art"
Ouvir /Ver View a video clip of the Elizabeth Bishop poem "One Art".
Isabel:_________________
ResponderEliminarobrigada!!!!!!!!!!!!
soberba.
soberana.
(e só depois de muito se perder se pode alcançar a depuração...digo eu....)
beijos. mil. e hei de voltar. para rever e rever e rever.
:
!!!!!!!!!!!!
Sim, a perca faz perspectivar tudo diferentemente.
ResponderEliminarMuito obrigada Isabel, mais uma vez.
Magnífico!
ResponderEliminarPorque viver é talvez na sua essência, perder qualquer coisa... deixar para trás... em cada dia... todos os dias!
Um bom dia Isabel,
Suzana
Muito interessante!
ResponderEliminarOutro livro que me seduz muito é a biografia de Chiquinha Gonzaga que estou com dificuldade de encontrar aqui em Portugal...
beijo
CSD
Fabuloso!
ResponderEliminarDiariamente perdemos e perdemo-nos.
O triste é, às vezes, quando olhamos para trás.
Podes mandar vir pelo Submarino, mas pagas é uma pipa de massa de direitos aduaneiros. Também gostava de ler essa biografoa.
ResponderEliminarClaudia, Marta e Marta de novo ! Foi bom partilhar esta sublime, soberba (cito isabel) Elizabeth Bishop.
ResponderEliminarAtravés da "Livraria Cultura" de S.Paulo, consegue-se obter, por encomenda correio, muitos destes livros
http://www.livrariacultura.com.br
******* Beijos
Também o meu obrigada pela visita, à isabel M F, t (duas vezes) e Suzana do Museu da Chapelaria
ResponderEliminar********** beijos