quarta-feira, 3 de março de 2010









O texto é a única forma de identificar o sexo e a humanidade de alguém porque, ó poeta estranho, o sexo de alguém, é a sua narrativa. A sua, ou a que o texto conta, no seu lugar. Assim o sexo será como for o lugar do texto.


Quando se deseja alguém, como tu desejas Infausta, e ela deseja Johann,
é o seu lugar cénico que se deseja,
os gestos do texto que descreve no espaço
e chamar-lhe
precioso companheiro;
de mim, direi que fui uma vez enviado,
trouxeste a frase que nunca antes leras,
o meu corpo a disse, e não reparaste que ficaste com ela escrita.


Maria Gabriela Llansol
in Lisboaleipzig II, 1994











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Dedico esta página do Caderno à Daniela e ao "encontro inesperado do diverso", que marcou hoje, inesperadamente o nosso re.encontro, quando cruzávamos, distraídas, em sentido inverso, os degraus do tempo e a conversa nos levou para uma espantosa convergência (com Llansol em fundo ...). Um bom dia.


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4 comentários:

  1. incomentável.....:)




    a beleza tem rasgos. eternos.

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  2. Concordo com o comentário anterior...

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  3. e eu, muda, concordo com os comentários anteriores... :) um beijinho, isabel victor*

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  4. fazê-lo pelo sexo de ler, esse denominador comum da legência, imaginante do lugar que se dá no corpo escuro e libidinal, que se projecta nas imagens e que, "sem ele,são propriamente sem texto".
    fazê-lo num salto sem rede, colocarmo-nos num ângulo fora da luz comum,da não-anulação:co-existência.
    fazê-lo no plural; corpo-texto/corpo-legente e, todavia, no envolvimento onde tudo decorre "maravilhosamente solitário sob o espaço e o fragmento das horas". lançar o olhar lendo
    redescobrir o humano desapossado e despossuído
    ímpar
    dar resposta ao apelo do texto
    ler lendo
    permanente metamorfose, embarcar no desejo despertado em nós. ler e escrever: "pensar livro sobre livro".
    Talvez apenas não reparemos, como a mulher de Parasceve,que, como a escrita, nesse momento acabamos de mudar de vida.

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