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“Há realidades que nunca entenderei, mesmo que esgote o vocabulário e a evocação da língua de beleza. É o inabitual que se chama mistério, corrijo – misterieza. Por esta rua, também não há sentido contrário, e penso em Benjamin, no seu suicídio permitido pelo Anjo da História, fruto de uma tentativa sem o segundo prato da balança, com as suas línguas, os animais cantores de leitura a aproximarem-se dele, e eu, uma entre eles; não sei por que nos chamamos assim, em vez de seres humanos cantores de leitura. (…) Os livros padecem de quem lê, que perdeu a capacidade de os provar; de os estimular, de os tornar fáceis sendo difíceis para o seu gosto anterior que não se desenvolveu para a flor da metamorfose; se a maior parte dos livros fossem sentimentos, seriam sentimentos mortalmente tristes, e as suas origens estariam desesperançadas. É esta conversa que tenho com os meus animais, na noite da chuva que tepidamente desce. São muitíssimos, nem sei quantos há, mas reconheço-lhes a qualidade; qualidade de recebê-los com um tom tão hospitaleiro que prefiro ser o hóspede da casa. Se eles têm nas mãos um livro, não me resigno a ele, dou-lhe luta que, às vezes, faz sangue no meu texto.”
Em "Os Cantores de Leitura", 2007
Maria Gabriela Llansol
“Há realidades que nunca entenderei, mesmo que esgote o vocabulário e a evocação da língua de beleza. É o inabitual que se chama mistério, corrijo – misterieza. Por esta rua, também não há sentido contrário, e penso em Benjamin, no seu suicídio permitido pelo Anjo da História, fruto de uma tentativa sem o segundo prato da balança, com as suas línguas, os animais cantores de leitura a aproximarem-se dele, e eu, uma entre eles; não sei por que nos chamamos assim, em vez de seres humanos cantores de leitura. (…) Os livros padecem de quem lê, que perdeu a capacidade de os provar; de os estimular, de os tornar fáceis sendo difíceis para o seu gosto anterior que não se desenvolveu para a flor da metamorfose; se a maior parte dos livros fossem sentimentos, seriam sentimentos mortalmente tristes, e as suas origens estariam desesperançadas. É esta conversa que tenho com os meus animais, na noite da chuva que tepidamente desce. São muitíssimos, nem sei quantos há, mas reconheço-lhes a qualidade; qualidade de recebê-los com um tom tão hospitaleiro que prefiro ser o hóspede da casa. Se eles têm nas mãos um livro, não me resigno a ele, dou-lhe luta que, às vezes, faz sangue no meu texto.”
Em "Os Cantores de Leitura", 2007
Maria Gabriela Llansol
"MISTERIOSIDADES" que a tua luz ilumina!
ResponderEliminarpor dentro de cada sombra há ainda outra sombra. mais difusa.
menos branda.
mais cal.
mais ao sul de um norte esculpido pela asas do saber.
sei-te.
não de cor. mas de cores. assim.
e
beijo.te.
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y.
imensa
ResponderEliminarY.
obrigada
iv*
Ao ler as palavras da Maria Gabriela Llansol, lembrei-me de uma outra misteriosa anfitriã, de "tom tão hospitaleiro" que mais parecia "hóspede da casa"... Silenciosa espectadora, a abrir e oferecer seu espaço de luz.
ResponderEliminarAgradeço e peço desculpa pelo abuso...
beijo e bom resto de dia.
hum....
ResponderEliminarsim.
mistérios...
:)
até ... ...já.
bom dia................!!!!!
ResponderEliminar.
vou.
nadar...:)
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y.
bom-dia!
ResponderEliminarjá fiquei com vontade de "puxar a cadeira" e ficar aqui calmamente a desfrutar as imagens e as palavras. A pensar no mistério de todas elas e das pessoas...
o lado oculto de cada um de nós, é muitas vezes, e mais, o que escondemos para não sofrer. ou o medo de fazermos sofrer...
beijo e dia feliz
let's dance?????
ResponderEliminar:)
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y.
de *****s.