segunda-feira, 8 de novembro de 2010

No teu amor por mim há uma rua que começa
Nem árvores nem casas existiam
antes que tu tivesses palavras
e todo eu fosse um coração para elas
Invento-te e o céu azula-se sobre esta
triste condição de ter de receber
dos choupos onde cantam
os impossíveis pássaros
a nova primavera
Tocam sinos e levantam voo
todos os cuidados
Ó meu amor nem minha mãe
tinha assim um regaço
como este dia tem
E eu chego e sento-me ao lado
da primavera







Ruy Belo, Poema de Amor: Povoamento, em "Aquele Grande Rio Eufrates"








Açores, Furnas, Novembro 2010


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Povo que canta não pode morrer...

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