De 12 de Julho a 20 de Setembro - “Intercities”, em Setúbal.
Paisagens interiores e lugares da memória marítima e conserveira, inspiram algumas das pinturas de Pedro Besugo em exposição.
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Museu do Trabalho Michel Giacometti- Ter a sab, das 09h30 às 18h00
Sobre o Pedro Besugo, o percurso do artista e a obra pode ler mais AQUI_
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" Packers " - Pintura sobre suporte madeira (seis caixotes / contentores de latas, usados na expedição, via marítima, das conservas de peixe da antiga fábrica Perienes, hoje museu).
Esta obra passará a integrar a exposição permanente do Museu do Trabalho Michel Giacometti.
As restantes, podem ser adquiridas durante a exposição.
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... Objectos vividos
Se a construção/invenção da cidade foi o culminar do processo de sedentarização dos povos nómadas, num médio oriente proto-histórico, foi também o início de uma nova forma de estar e viajar no mundo, já não em função apenas da natureza e das estações mas de espaços ordenados e construídos, logo fechados, que passam a ser pontos de referência fixos entre os quais se viaja.
Esse encerramento em muralhas e casas não deixa de ter uma outra consequência notável, a da criação de contentores - no verdadeiro sentido da palavra - para guardar o necessário e o excedente, este último anteriormente impossível de manter e transportar numa vida em movimento quase permanente. E conservar coisas permitiu começar a conservar memórias e criar sistemas de pensamento em função daquelas, encaixar pessoas e ideias.
Longe que estamos desses tempos, num outro em que os satélites e o Sistema de Posicionamento Global," GPS" nos guiam, confesso continuar a preferir-lhes os papéis e os mapas, o tempo gasto na ansiedade da procura e o tempo demorado da resposta. Nunca saberemos como será o nosso próprio transporte no tempo e de que forma a nossa própria "caixa" viajará, mas gosto de pensar no rio (e no mar) como a forma mais envolvente de a fazer circular por entre cidades. As cidades com portos embalam caixas com mistérios e enviam-nas entre cidades, tornando o mundo acessível. O caminhar entre cidades exprime desejos de mudança, de novas experiências, mais do que uma simples deslocação inter-local: ele leva à procura de novos horizontes.
Não é a primeira vez que uso nos meus trabalhos objectos vividos, transformados e gastos pelo tempo. O objecto/caixa fica quase escondido sob uma multiplicidade de invólucros - madeira, lona ou papel - que actuam como se fossem uma superfície visível a fingir de pele. Caixas que materializam os gestos do presente, suportes antes com outras histórias e que agora uso para gravar a minha leitura desses lugares. A caixa como símbolo daquilo que não se deve abrir, mais ou menos relacionada com contos ou lendas e que, quer seja ricamente ornamentada ou muito simples, só tem valor simbólico pelo seu conteúdo.
Abrir a caixa implica correr um risco, e esse é o exemplo mítico de Pandora...
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Esse encerramento em muralhas e casas não deixa de ter uma outra consequência notável, a da criação de contentores - no verdadeiro sentido da palavra - para guardar o necessário e o excedente, este último anteriormente impossível de manter e transportar numa vida em movimento quase permanente. E conservar coisas permitiu começar a conservar memórias e criar sistemas de pensamento em função daquelas, encaixar pessoas e ideias.
Longe que estamos desses tempos, num outro em que os satélites e o Sistema de Posicionamento Global," GPS" nos guiam, confesso continuar a preferir-lhes os papéis e os mapas, o tempo gasto na ansiedade da procura e o tempo demorado da resposta. Nunca saberemos como será o nosso próprio transporte no tempo e de que forma a nossa própria "caixa" viajará, mas gosto de pensar no rio (e no mar) como a forma mais envolvente de a fazer circular por entre cidades. As cidades com portos embalam caixas com mistérios e enviam-nas entre cidades, tornando o mundo acessível. O caminhar entre cidades exprime desejos de mudança, de novas experiências, mais do que uma simples deslocação inter-local: ele leva à procura de novos horizontes.
Não é a primeira vez que uso nos meus trabalhos objectos vividos, transformados e gastos pelo tempo. O objecto/caixa fica quase escondido sob uma multiplicidade de invólucros - madeira, lona ou papel - que actuam como se fossem uma superfície visível a fingir de pele. Caixas que materializam os gestos do presente, suportes antes com outras histórias e que agora uso para gravar a minha leitura desses lugares. A caixa como símbolo daquilo que não se deve abrir, mais ou menos relacionada com contos ou lendas e que, quer seja ricamente ornamentada ou muito simples, só tem valor simbólico pelo seu conteúdo.
Abrir a caixa implica correr um risco, e esse é o exemplo mítico de Pandora...
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excelentes caixas!!!!
ResponderEliminardo que é possível ver....a pintura é muito B.O.A!!!!!
Museu de Parabéns!
IV. de ****s gosto muito!!!!!
e muito bem "instalada".
volto.
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bjo de "uindoooooooooo!".
y.
"Reis Magos, é tempo!
ResponderEliminarofrecei bosques, várzeas e campos
á menina selvagem:
ela veio atrás das libélulas!...!?...
Isis...terás sempre um lugar especial na NAVE...baci.
Caramba, Isabel, este texto é excelente.
ResponderEliminarSó não percebo essa preferência pelos papéis e mapas!?… sim, eu sei; o tacto, o cheiro, o hábito… mas creio que ainda não percebeste todas as vantagens do GPS.
Brinco, claro.
Grande abraço.